GEE: Observatório do Clima rebate críticas de chefe da Embrapa
O Observatório do Clima (OC) rebateu as críticas feitas a estudo sobre emissão de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária brasileira. Foi uma resposta a declarações do chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oliveira Soares, feitas em uma reportagem no site da Revista Globo Rural. Estudos divulgados pelo Observatório na semana passada apontam que a pecuária de corte responderia por 65% das emissões na atividade rural no Brasil. Em sua crítica, Soares disse que a pesquisa não leva em conta a mitigação das emissões possibilitadas, por exemplo, pelo bom manejo de pastagens. Em carta à redação da revista Globo Rural, os representantes do OC dizem que as críticas contêm erros factuais e “análises equivocadas” a respeito do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Segundo eles, o SEEG, base para a publicação dos levantamentos feitos pela instituição, segue metodologia do governo com participação da Embrapa. “As estimativas de emissão seguem a metodologia dos Inventários Nacionais de Emissões e Remoções Antropogênicas de Gases de Efeito Estufa, publicados pelo governo brasileiro. No caso da agropecuária, a metodologia e os cálculos do inventário foram produzidos pela própria Embrapa”, diz a carta. O documento é assinado pelo coordenador-geral do Observatório do Clima, André Ferreti; pelo secretário executivo, Carlos Rittl; e por Tarso Azevedo, coordenador do SEEG. Foi enviado de Marrakesh, no Marrocos, onde está sendo realizada a Conferência COP 22, que discute a aplicação dos acordos fechados em Paris, no ano passado. Eles acrescentam que a metodologia dos inventários oficiais não considerava “as variações de carbono” causadas pela agricultura e que, por este motivo, também não apareciam nos seus próprios dados até 2015. “Desde 2014 a equipe do SEEG vem advogando a necessidade de incorporar os dados de carbono do solo ao inventário, inclusive porque, sem eles, será impossível verificar o cumprimento das metas de redução de emissões da agropecuária”, diz o comunicado. O Observatório do Clima contesta a afirmação de que seus estudos não considerariam ações de mitigação. Seus diretores afirmam que em outubro deste ano divulgaram uma estimativa de variações de carbono no solo com referência em 2015. “Ocorre, porém, que tal mitigação ainda é menor que a emissão por pastos degradados no país”, afirmam. Os dirigentes da entidade afirmam ainda acreditar no potencial da agropecuária como oportunidade de redução de emissões de gases de efeito estufa pelo Brasil. E defende desmatamento zero, restauração de áreas de preservação e recuperação de pastagens degradadas. Fonte: BeefWorld
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