Ministério da Agricultura recebe com 'estranheza' proibição russa
A decisão do governo russo de proibir importações de carne e produtos de carnes de 89 empresas do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná foi recebida com “estranheza” pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Pela segunda vez, a notificação chega sem nem mesmo ter sido enviado ao governo brasileiro o relatório técnico das inspeções russas feitas no Brasil”, disse, em nota, o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim. De acordo com Jardim, a secretaria enviou hoje mesmo correspondência às autoridades russas reiterando o pedido de envio do relatório técnico. Na próxima segunda-feira (6), o Ministério da Agricultura deve ser reunir com representantes de todas as empresas exportadoras de carne do Brasil e entidades do setor, como Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), União Brasileira de Avicultura e Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Ubabef), Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) para avaliar o impacto da medida. Representantes do ministério das Relações Exteriores também participarão do encontro. “Causa estranheza o fato de as medidas terem sido anunciadas sem consistência técnica, repetindo argumentos anteriormente já esclarecidos”, diz o secretário. Isso reforça, diz ele, a sensação de que existem outras motivações para a decisão russa, além das questões técnicas alegadas. O secretário lembrou que durante reunião em Moscou entre a Secretaria de Defesa Agropecuária e o Rosselkhoznadzor, em maio, foram apresentadas ao governo russo todas as informações técnicas solicitadas, bem como todas as providências adotadas, com a garantia das correções necessárias. As mesmas informações já haviam sido fornecidas no Brasil durante reunião final da missão de inspeção feita pelos russos. Além disso, ficou acertada entre as partes nova reunião, em Moscou, para a segunda quinzena de junho, dando prosseguimento aos entendimentos. Com referência à declaração do porta-voz do serviço de Inspeção Sanitária Agrícola da Rússia (Isar), Alexéi Alexéyenko, sobre a suposta presença de bactérias e parasitas na carne brasileira, o secretário considera a afirmação “completamente destituída de fundamentos científicos”. “São alegações jamais apresentadas oficialmente ao governo brasileiro pelas autoridades russas e sem nenhum relatório de análise nesse sentido”, destacou. FONTE: G1
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