Status insignificante para vaca-louca reabrirá mercados para exportação
A classificação do Brasil como região de risco insignificante em relação à doença da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB), anunciada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) na última semana, permitirá que o país retome as exportações para países que restringem a compra de produtos brasileiros. Na avaliação do diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Guilherme Marques, o reconhecimento pela OIE comprova a credibilidade do serviço sanitário brasileiro – apenas 19 países detêm o mesmo status sanitário – e favorecerá, inclusive, futuras negociações com novos mercados. Marques explicou que o reconhecimento internacional do novo status resulta de um trabalho iniciado pela Defesa Agropecuária em 2001, que exigiu investimentos de setores como o de graxaria, que processa resíduos dos frigoríficos. Segundo ele, o Banco do Brasil liberou cerca de R$ 500 milhões a juros subsidiados para que as graxarias pudessem investir em esterilizadores que afastam o risco da doença. As graxarias fabricam farinhas utilizadas como ração para aves, suínos e animais domésticos, além de óleos e outros subprodutos de origem animal. Em função do risco da vaca louca, o uso de proteína animal na fabricação de ração para bovinos é proibido no Brasil, apesar de grande parte do rebanho ser alimentada a pasto. O avanço sanitário abrirá caminho, principalmente, para a venda de tripas bovinas para a União Européia. A abertura do mercado europeu irá gerar um ganho maior para os frigoríficos brasileiros, que no ano passado exportaram 69 mil toneladas de tripas bovinas e faturaram US$ 271,8 milhões. O principal mercado foi Hong Kong, para onde foram exportadas 45,9 mil toneladas, que renderam US$ 156 milhões. O segundo mercado é a Rússia, com importações de 8,6 mil toneladas e US$ 46,1 milhões no ano passado. O comércio de carnes para o Egito e a Tunísia, por exemplo, também deverá ser beneficiado, além das negociações de animais vivos para países com o mesmo status na América do Sul, como Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Outra conquista importante para o Brasil – anunciada durante a 80ª Sessão Geral da Assembléia Mundial de Delegados da entidade – foi a eleição do diretor do DSA como vice-presidente da Comissão Regional da OIE no continente americano e a reeleição do coordenador-geral de Apoio Laboratorial (CGAL) do MAPA, Jorge Caetano Júnior, como membro da Comissão do Código Terrestre da OIE. Além de reconhecer o status dos países para doenças como peste bovina, febre aftosa e vaca louca, a OIE passará a classificá-los em relação à peste suína clássica a partir de 2013. FONTE: BeefPoint
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