O presidente do conselho de administração da JBS e presidente da J&F, Joesley Batista, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto crime contra o Sistema Financeiro Nacional, juntamente com executivos ligados ao grupo J&F e ao Banco Rural, informou a MPF em São Paulo na terça-feira (26). A J&F é a holding controladora do grupo JBS e que também tem investimentos em outras companhias.

O MPF alega que os executivos teriam realizado operações ilegais de concessão de empréstimos cruzados envolvendo R$ 80 milhões em 2011. Essas operações triangulares, conhecidas como “troca de chumbo”, infringem leis que vedam concessão de empréstimos de uma entidade financeira a suas sociedades controladoras.

Segundo o MPF, o Banco Rural teria concedido R$ 80 milhões de empréstimos às empresas coligadas J&F Participações e Flora Produtos de Higiene e Limpeza, da J&F, um dia depois de essas companhias abrirem contas correntes na instituição. Esses recursos, após descontados os impostos, foram imediatamente transferidos para as contas dessas companhias no Banco Original, instituição controlada pela J&F.

Quatro dias depois, a empresa Trapézio S.A., controladora do Banco Rural, recebeu empréstimo no mesmo valor em contrato com o Banco Original, com os recursos sendo posteriormente transferidos para a conta da Trapézio no Banco Simples, que por sua vez faz parte do Conglomerado Financeiro Rural.

Além de Joesley Batista, foram denunciados por participação direta nos atos ilegais o diretor-financeiro do grupo J&F, Antonio José Barbosa Guimarães, o presidente do Banco Rural, João Heraldo dos Santos Lima, o presidente do Banco Original, Emerson Fernandes Loureiro, o vice-presidente do Banco Original, José Eduardo Tobaldini Jardim, a presidente da Trapézio, Kátia Rabello, o vice-presidente da Trapézio, Plauto Gouveia, o vice-presidente do Banco Rural, Vinícius Samarane, e o diretor financeiro da instituição, Wanmir Almeida Costa.

Procurada pela CarneTec, a J&F informou por meio de posicionamento que a denúncia não tem relação com a JBS, e que os executivos do Banco Original e da J&F denunciados “sentem-se confiantes e preparados para, quando intimados, apresentar defesa provando sua inocência e a regularidade das operações financeiras.”

Fonte: BeefWorld