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30/09/2016
Produção de carne em sistemas ILPF chega a 32@/ha/ano


Talvez não restem dúvidas de que o sistema integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF) veio para ficar. Mas, com ele, quanto o pecuarista consegue produzir de carne? Em experimento conduzido na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, MT, teve início em 2011 a preparação de uma área que, este ano, produziu 32@/ha. Para o pesquisador Bruno Pedreira, o resultado é fruto do benefício do conforto térmico oferecido aos animais associado à melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo.

“Em uma área de 72 hectares, implantamos quatro experimentos diferentes com gado Nelore. No caso do sistema ILPF trabalhamos por dois anos com a soja seguida do consórcio milho-braquiária. Até que em julho do ano passado entramos com a pecuária”, diz. O componente florestal do sistema é o eucalipto, plantado em linhas simples a cada 37 metros.

ILPF x demais sistemas – Os outros experimentos a que Pedreira se refere foram igualmente monitorados.

Uma área só de pecuária com pastagens de capim Marandu, cujo rendimento foi de 19 @/ha/ano. Outra com Marandu e linhas triplas de eucalipto a cada 30 metros, com desempenho semelhante, de 19 @/ha/ano.

E um terceiro, de integração lavoura-pecuária (ILP), que seguiu o modelo do sistema ILPF adotado, mas sem as árvores – resultando na produção de 21,4@/ha/ano. Em todos os casos, a pastagem recebeu adubação de manutenção de 50 kg de NPK.

Qual o significado das 32@? – Hoje, no Brasil, a média de produção de carne fica em torno de 6 @/ha/ano, e em Mato Grosso não passa de 4 @/ha/ano, segundo Pedreira. “Então, para manter um parâmetro, mesmo comparando  somente os resultados dos experimentos, o ganho do sistema ILPF em relação à pecuária convencional se mostrou 68% maior”, diz.

Para ele, o pecuarista precisa olhar com mais atenção para esse número. “Tratar a produção de boi como uma colheita de carne. Falar em número de cabeças, em lotação no pasto é importante, mas no final das contas o que o produtor precisa saber é quantas arrobas ele colheu por hectare”.

Em outras regiões do país, Pedreira acredita ser possível conseguir números próximos das 32 @. “Claro que em Mato Grosso, por conta dos altos índices pluviométricos e da boa distribuição das chuvas, a situação é mais favorável. Mas em Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul tem gente trabalhando com 25, 30@/ha/ano”, diz.

Nas redondezas da unidade da Embrapa de Sinop, MT, ele mesmo já visitou propriedades que chegam a ter produtividade de 40@/ha/ano. “Só que, além de adotar um manejo parecido com o nosso, eles adubam mais do que a gente”, afirma.

Sombra e pasto fresco – Na área experimental da Embrapa Agrossilvipastoril onde foi implantado o sistema ILPF, o peso médio dos animais para entrada no pasto é de 330 kg, sendo o ganho de peso médio diário, considerando a média anual, de 730 g/dia. De acordo com Pedreira, o incremento é de 27% na comparação com sistemas de pecuária tradicional e pecuária-floresta – em que a média de ganho de peso diário foi de 570 g/dia no decorrer de um ano.

“Na prática, a diferença está nessa soma da questão do resíduo da lavoura com o conforto térmico. O animal tem acesso a um pasto de melhor qualidade, ambiência melhor, e isso se converte em mais carne”, diz. Os abates neste experimento foram feitos com os animais pesando, em média, 500 kg e proporcionaram rendimento de carcaça de 53,3%.

Outro dado que chama a atenção está relacionado ao comportamento dos novilhos Nelore na presença das árvores. “Observamos que eles ficaram na sombra por 90% do tempo de ruminação e 76% do seu período de ócio. “Então, estamos falando de um animal extremamente adaptado ao clima tropical, mas que diante da oferta de sombra buscou um lugar mais agradável para estar”, diz Pedreira.

Independentemente da opção pela integração lavoura-pecuária-floresta ou adoção de sistemas silvipastoris, o pesquisador recomenda que os produtores em geral insiram árvores em seu pasto. “A distribuição pode até ser feita em linhas de cerca para não precisar parar a propriedade. Com uma cerca elétrica você isola a área e ganha pontos de sombra, além de mais uma fonte de renda”. Para fazer a escolha da madeira, ele lembra ser importante checar a demanda específica de cada região: “Tem áreas onde o eucalipto tem um mercado forte, em outras é a teca, o pinus”.

A fim de acelerar o processo de transferência de tecnologia da Embrapa para outras instituições, a pesquisa contou com o apoio da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte). “No pico de janeiro, após a adubação, chegamos a ter 290 animais nas áreas de pastagem”, diz o pesquisador.

Fonte: Portal DBO


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