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02/01/2017
Uma receita simples para a seca


O verão foi bastante chuvoso e no Brasil Central as pastagens ainda estão verdes. Mas a estação seca já está se instalando e o pasto vai começar, naturalmente, a rarear. Por isso é preciso pensar desde agora nas alternativas alimentares destinadas às diferentes categorias de animais para os meses de deficiência hídrica. Este planejamento permite estudar as várias opções, negociar as quantidades a serem adquiridas pelo menor custo, para não ter de desembolsar pequenas fortunas em emergências.

Uma das alternativas de suplementação alimentar do rebanho, para algumas categorias, é o sal com ureia, também chamada de sal "ureado". "Não é uma opção de ganho de peso, mas para quem quer manter o peso dos animais", comenta Sérgio Raposo de Medeiros, pesquisador da área de nutrição da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande, MS. Sérgio Morgulis, diretor da empresa de nutrição Minerthal, sediada em São Paulo, SP, concorda. "É um produto para manutenção ou ganhos muito modestos", afirma.

Na análise das categorias, Medeiros, da Embrapa, sugere que as vacas de cria, em bom estado corporal, possam receber o sal com ureia durante o período seco. "Em geral, elas não precisam ganhar peso, apenas mantê-lo", afirma. Além da escolha da categoria animal, Medeiros também comenta que o produto só tem efeito se for ministrado aliado à "pastagem seca, porém com massa". Ele explica que o efeito da ureia está em aumentar a ingestão de pasto; se não houver pasto, ocorrerá desperdício de ureia, ou, em alguns casos, o animal passará a demandar mais energia, para poder excretar a ureia. Assim, em vez de ganhar, o animal pode perder peso.

A ureia é, ainda, historicamente a opção mais utilizada na tentativa de compensar a baixa percentagem de proteína de um determinado manejo alimentar. Medeiros acredita que o sal ureado pode ser uma alternativa para orçamentos mais enxutos, nos quais não há possibilidade de compra de proteinado para todo o rebanho.

Por outro lado, Morgulis, alerta que o produto não deve ser comparado com os proteinados apenas pelo preço final, mas também por sua formulação. "Há diferenças que precisam ser avaliadas de acordo com o objetivo da suplementação", comenta.
Consumo médio

O consumo médio varia entre as marcas, porém, como referência, para 100 kg de peso vivo animal é indicado consumo de 30 gramas, com 20% de ureia. "Um animal de 400 kg vai comer 120 gramas do produto", exemplifica Morgulis. A quantidade pode variar de acordo com idade, peso, sexo, raça, taxa de produção, localização geográfica ou o manejo da propriedade.

Ele também recomenda que o suplemento fique sempre disponível. A frequência do abastecimento pode ser feita a cada três dias. Segundo manual da Asbram (Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais), a superfície linear do cocho deverá ser de 15 a 50 cm, dependendo do consumo diário.

Apesar de ser uma opção para o período da seca, é preciso que os cochos sejam cobertos, pois existe o risco de chuvas, mesmo que com menor frequência. "Todo o produto com ureia, em contato com a água, torna-se tóxico para os animais", lembra Morgulis.

Cuidados ao ministrar a ureia
- Os cochos devem ser cobertos, ligeiramente inclinados e com furos para evitar o acúmulo de água;
- A ureia jamais pode estar disponível aos animais dissolvida em água para beber, os chamados "sopões".
- A ureia deve ser introduzida gradativamente, permitindo a adaptação dos micro-organismos do rúmen a doses crescentes de ureia. Se houver alguma interrupção, reiniciar a adaptação;
- Em caso de intoxicação, procure imediatamente um médico veterinário.
Fonte: Guia Prático do Uso da Ureia na Suplementação de Bovinos, Asbram


Fonte: Portal DBO


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