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16/01/2017
Startup quer aumentar margem na negociação do boi confinado


O produtor não controla o preço da @, mas como seria se pudesse ter uma gestão mais eficiente e saber o momento certo de vender seus lotes? Com esse intuito, começou a ser desenhada há pouco mais de um ano a ferramenta Beef Trader, da startup @Tech, de Piracicaba, SP. De acordo com o diretor da empresa, Tiago Zanett Albertini, o objetivo é oferecer aos confinadores e à indústria frigorífica uma solução que maximize os lucros com a atividade pecuária. “O que pode parecer antagônico em um primeiro momento”, afirma Albertini, “mas que é possível conciliar”.

O serviço pode ser usado por produtores e indústrias de modo independente, e a plataforma pode promover ou não a ligação entre as partes. “No caso do confinamento de um pecuarista ou da própria indústria, por exemplo, o que nós vamos fazer é monitorar cada animal de forma individual, para ter informações sobre seu peso e conformação da carcaça”, diz o diretor da @Tech. Para tanto, serão instaladas no confinamento câmeras e balanças próximas aos bebedouros. Albertini explica que, cada vez que o animal for tomar água,  antenas irão reconhecê-lo pelo brinco e, uma vez associada sua imagem ao seu peso, os dados serão encaminhados e processados por servidores.

A base (contendo sexo, grau de acabamento, raça e histórico de peso dos animais) permitirá determinar seu ponto ótimo de abate, o que, associado a dados de mercado físico, futuro e risco das operações financeiras, abrirá espaço para definir qual o momento ideal para fazer uma venda.

Albertini afirma que a plataforma trabalha com a criação de cenários, que vão variar conforme as restrições colocadas pelo confinador. “Ele pode decidir, por exemplo, que não descasca lotes, que quer vender os animais em um prazo de 90 dias e só selecionar aqueles com no mínimo 450 kg”, exemplifica o diretor. Em uma simulação sem restrições, ele afirma que os ganhos sobre o lucro original poderiam chegar a 100%. “Mas essa é uma situação que não acontece na prática”, diz, sendo a expectativa da @Tech conseguir proporcionar um benefício de 15 a 20% na margem da operação para o confinador.

Os cálculos de preço podem ser baseados tanto nas informações do cliente, quando preenchidas por ele próprio, quanto em uma série de números de bibliotecas públicas e pagas. “Trabalhamos com preços nominais por regiões, bibliotecas de mercado futuro, preços de cortes, faturamento de boi confinado, entre outras informações”, afirma Albertini.

Segundo ele, o confinador que vende o boi gordo para a indústria e a própria indústria podem sair ganhando, na medida em que a caracterização individual dos animais permite trabalhar com lotes de melhor qualidade. “O produtor aumenta o lucro porque manda os animais para o abate no momento certo, e o frigorífico porque consegue atender mercados que pagam melhor”, afirma.

No futuro, uma das propostas é promover a ligação dos dois elos da cadeia pela plataforma, para melhorar as condições de negociação, e avaliar quais as melhores rotas para circulação da mercadoria. A forma como isso será feito está em estudo, para que as informações de mercado sejam preservadas.

E quando isso chegará ao produtor? - Com a aprovação de um projeto pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em outubro de 2015, no valor de R$ 200 mil, começaram os trabalhos para transformar a ideia em realidade, e até a metade de 2017 Albertini espera conseguir mais R$ 1 milhão, também com a Fapesp, para viabilizar o desenvolvimento do produto. A expectativa é de que ele chegue ao mercado em 2019, a um preço acessível. “Para gerar valor para o produtor e também ser escalável”, afirma o representante da empresa. A meta da startup é alcançar taxa de penetração de 5% no mercado de boi confinado no Brasil no primeiro ano de operação, e levar a solução para os Estados Unidos no terceiro ano.

Hoje, o Beef Trader tem ao todo 40 parceiros, entre confinadores e indústrias, sendo que alguns serão selecionados para os primeiros testes práticos ainda este ano. “Na orientação do projeto, contamos com o apoio do professor Dante Pazzanese, do Departamento de Zootecnia da Esalq-USP, com quem trabalho há mais de dez anos, e com a equipe da incubadora EsalqTec, onde a @Tech é empresa residente”. IBM, Bosch e Intel são parceiros da startup no campo de processamento de dados.

Em 2016, a @Tech participou, em Londres, do programa de treinamento Leaders in Innovation Fellowship 2016 (LIF) junto a Royal Academy of Engineering do Reino Unido e ficou em primeiro lugar, dentre 15 empresas brasileiras, na seleção de projetos, tendo sido reconhecido o progresso durante o programa na consolidação do Beef Trader.


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