O que você achou do nosso site?



27/02/2017
Oferta de carne viria de produtividade e não do abate de fêmeas


No momento, o cenário da pecuária no Brasil enfrenta um movimento típico de safra. Os preços caem em decorrência de um desequilíbrio entre a demanda desestabilizada e o aumento de oferta, já que a produtividade das pastagens atinge o pico nos meses de janeiro e fevereiro, sendo o melhor momento para a produção do boi a pasto. De acordo com Sérgio de Zen, pesquisador do Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Cepea), da Universidade de São Paulo, "existem questões pontuais que podem afetar isso, mas no geral, é o comportamento esperado para essa época". O jogo, segundo ele, começa a mudar nos meses de março e abril, quando o boi a pasto chega a seu ponto máximo.

No mês de maio, os produtores tradicionalmente tomam a decisão entre vender seu boi ou suplementar com o confinamento. Neste momento, dois fatores entram para a tomada de decisão: os preços no mercado futuro e os custos necessários para manter o boi. Em julho e agosto, normalmente, os preços começam a reagir. Em setembro, até meados de novembro, o boi confinado entra no mercado, mas a oferta de pasto praticamente zera. Por outro lado, a demanda inicia o ano bastante enfraquecida, em decorrência das férias, "que faz com que as pessoas se movimentem e o consumo fique prejudicado", segundo o pesquisador, que lembra ainda que "é para ter em mente que a demanda do Brasil encolheu muito" com a recessão que paira sobre o cenário econômico desde 2015. Ele aponta que neste ano a economia dá sinais de que irá recuperar. Por esse lado, 2017 não deverá ser um ano de encolhimento e, sim, de acréscimo no consumo.

Janelas de oportunidade - Ainda não é possível, portanto, saber qual será o comportamento fechado das economias local e global, principalmente por conta do fator Trump, que ainda é uma incerteza para os mercados. Janelas de oportunidades pontuais são possíveis de ocorrer por conta de ações do presidente americano. As relações desestabilizadas com países como o México e a China podem fazer com que esses países busquem importar não somente carne bovina, mas também outras proteínas animais e do agronegócio, no Brasil.

Conselho para os produtores - Para esse momento incerto, Sérgio de Zen diz que os produtores devem aproveitar para calcular seus custos e tomar decisões em um horizonte no qual tenha a certeza de estar prevenido. "Não dá para fazer investimentos pesados de uma hora para a outra sem saber se esses investimentos vão gerar rendimento. Tem que olhar para o longo prazo", aconselha. Ele acrescenta que "o Brasil continua sendo o único país que tem capacidade de ofertar a carne necessária para o mundo", mas que a gestão ainda é um gargalo, necessitando de decisões mais acertadas para fatores como genética, estrutura, animais e suplementação.

Fonte: BeefWorld


 Voltar  Enviar para um amigo  Imprimir

 30/05/2019 - Novo Site CIA/UFPR
 13/05/2019 - Acordo pode fortalecer EUA no mercado de carne bovina do Japão
 13/05/2019 - Queda no preço do milho deve elevar confinamento em até 7%
 13/05/2019 - Exportações de boi em pé ajudam a sustentar preços de reposição
 13/05/2019 - Previsão do tempo para esta Terça-feira (14/05/2019)

 
 

Nome
E-mail