PF deflagra operação contra venda ilegal de carnes
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação “Carne Fraca” para combater o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em um esquema de liberação irregular de licenças para frigoríficos. Entre as empresas investigadas estão alguns dos maiores frigoríficos do Brasil, como BRF e JBS, dono de Big Frango e Seara Alimentos. Aproximadamente 1.100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais — 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados. Também há ações de busca e apreensão em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso. A PF informou tratar-se da maior operação já realizada na história da instituição. Entre os 26 presos preventivamente estão o vice-presidente da BRF, José Roberto Pernomian Rodrigues, o gerente de relações institucionais e governamentais da BRF, Roney Nogueira dos Santos, e o executivo do grupo JBS Flavio Cassou. A PF detectou, em quase dois anos de investigação, que as superintendências regionais do Ministério da Pesca do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para “proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”. Segundo a PF, os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo e após receber propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem que houvesse qualquer fiscalização efetiva. Entre as ilegalidades praticadas, de acordo com a PF, “denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais”. Para os investigadores, essa conduta permitia a continuidade dos delitos atribuídos frigoríficos e empresas do ramo alimentício. A pedido da PF, a Justiça federal determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão em contas correntes e valores dos investigados. Os pedidos de prisão preventiva e temporária, segundo o juízo, são justificados pela necessidade de cessação imediata das práticas criminosas adotadas pelos acusados como modo de vida, “de forma reiterada, permanente e contínua”. Foram identificadas provas suficientes para enquadrar os acusados em crimes de adulteração de produtos alimentícios, associação criminosa, peculato, concussão, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação de hoje descobriu um esquema de fraude na fiscalização a frigoríficos que seria liderada por empresários do Agronegócio e fiscais do Ministério da Agricultura. Fonte: Beefworld
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