O que você achou do nosso site?



05/06/2017
Bancos recusam NPRs da JBS, dizem produtores


Antes de a JBS anunciar a padronização de suas operações de compra de boi gordo, colocando um prazo de 30 dias para pagamento, Cristiano Prata Rezende Filho, que tem propriedades no Triângulo Mineiro e em Buritizal, SP, costumava negociar boiadas à vista com a empresa, recebendo o valor da venda dois dias após efetuado o negócio. Apesar do juro cobrado na operação, ele dava preferência para o recebimento em curto prazo.

Quando do anúncio do fim das compras à vista pela JBS, Rezende Filho foi procurar outras opções, entre elas a possibilidade de descontar notas promissórias rurais do frigorífico em bancos. Conforme informa o Banco do Brasil, a nota promissória rural consiste em um adiantamento do valor das vendas a prazo de produtos de produção própria, podendo ser descontada em diferentes bancos por produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, e cooperativas agropecuárias.

“Eu procurei o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Bradesco e eles disseram que não estão descontando nota promissória rural da JBS e que, se descontassem, quem teria que ficar responsável pela nota seria eu. Mas, que eu saiba, isso é lei, quem tem que ficar responsável é quem emite, é o frigorífico”, afirma Rezende Filho. Procurada, a JBS disse “que emite nota promissória rural, que pode ser descontada no banco de preferência do produtor”.

Marcos Jacinto, representante regional da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) em Canarana, MT, diz que a empresa emite sim nota promissória rural, mas, pelo que ele tem de informação, nenhum banco aceita. “Ou se aceita, o produtor precisa assinar no verso e aí ser responsável”, completa. Antes da delação envolvendo a empresa, Jacinto conta que a JBS emitia nota fiscal de venda a prazo para ele nas transações de compra de boi gordo, e descontava ela mesma a NPR. “Pode até ser que documentalmente essa operação entrasse como venda a prazo, mas aplicando um desconto de 3,1%, eles me pagavam com dois dias. Pode-se dizer, à vista”, afirma. Produtor de Gaúcha do Norte, MT, Jacinto diz que há oito anos negociava com a empresa desta forma.

Bancos - Procurados pela reportagem, o Banco Bradesco, Banco do Brasil e também o Banco Original (pertencente à holding J&F, que detém a JBS) disseram não comentar o assunto. A Caixa Econômica Federal enviou por e-mail a informação de que não oferta linhas de crédito destinadas ao desconto de nota promissória rural, assim como Sicredi, que disse que o produto Desconto de Nota Promissória Rural não faz parte do seu portfólio.

Marcos da Rosa, pecuarista e presidente da Aprosoja Brasil, corrobora a informação de que os bancos não estão aceitando notas promissórias rurais da JBS. “O produtor que tem nota promissória rural não está conseguindo fazer dinheiro com isso. É como se o banco tivesse um limite de descontos pela empresa e esse limite estivesse tomado”, diz. Para ele, é um risco o pecuarista se sujeitar a ser responsabilizado por qualquer NPR. “Porque, se der algum problema, além de pagar a compra de insumos ou qualquer outra dívida com a NPR, vai ter ainda que arcar com o prejuízo da nota se não receber da empresa”, alerta.

Fonte: Portal DBO


 Voltar  Enviar para um amigo  Imprimir

 30/05/2019 - Novo Site CIA/UFPR
 13/05/2019 - Acordo pode fortalecer EUA no mercado de carne bovina do Japão
 13/05/2019 - Queda no preço do milho deve elevar confinamento em até 7%
 13/05/2019 - Exportações de boi em pé ajudam a sustentar preços de reposição
 13/05/2019 - Previsão do tempo para esta Terça-feira (14/05/2019)

 
 

Nome
E-mail