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19/07/2017
Suplementação mineral de bovino no período da seca


“O gado de corte, na sua maioria, é criado em regime de pastagens com manejo extensivo durante todo ano. Nesse cenário, os animais estão sujeitos às mudanças nos valores nutricionais das pastagens de acordo com a época do ano”. O alerta é do médico veterinário Diego Magri Bernardes, do Departamento Técnico da Matsuda Minas, explicando que, “para as plantas forrageiras, as condições climáticas, nutrientes do solo disponíveis e o manejo adotado influenciam diretamente em sua característica nutricional”.
 
Para o técnico da Matsuda Minas, as variações nas condições ambientais como temperatura, luminosidade e chuvas, são responsáveis pelas alterações nas estruturas da planta, modificando seu valor nutricional. Ele ressalta que, “quando esses fatores se tornam limitantes, a planta forrageira inicia a maturação — crescimento de haste, aumento de frações fibrosas de menor degradabilidade — e o florescimento — semeadura, migração de nutrientes para a formação da semente —, diminuindo assim sua digestibilidade e teor de nutrientes, principalmente de proteína”.
 
Esse processo acontece no final da estação chuvosa — início da transição e seca —, estendendo-se até o início da próxima estação chuvosa. Nesse período, os nutrientes oferecidos pela pastagem não são suficientes para o correto funcionamento do sistema digestivo do animal (ruminação), pois a falta de proteína no capim diminui o crescimento dos microorganismos do rumem e conseqüentemente a digestão da forragem, já que diminui o consumo. Com menor consumo, há menor ingestão de nutrientes e conseqüentemente menor ganho de peso.
 
Diego Bernardes explica que, “quando os nutrientes consumidos pelo animal não suprem a mantença, que é a exigência mínima para manter o peso — respirando, caminhando, funções vitais, etc. —, há perda de peso. Isso acontece na seca, pois os níveis de proteína do pasto não suprem o mínimo necessário, que é de 7% de Proteína Bruta, para o rúmen funcionar corretamente”.
 
Para o médico veterinário, é fundamental que haja volumoso (facho, bucha, macega, etc.), “pois o proteinado age indiretamente na nutrição do animal e diretamente na nutrição da microbiota ruminal, aumentando assim a sua população e melhorando a digestão da ingesta (pasto seco), assim com o material sendo digerido mais rapidamente o rúmen se esvazia — aumenta taxa de passagem — e há novo estímulo para ingestão. Com maior ingestão de volumoso, mesmo de baixa qualidade, há maior aporte de nutrientes”.
 
Mesmo antes do capim “secar” completamente, seu nível de nutrientes já vem se reduzindo. Essa é a razão apontada por Diego Bernardes para justificar a necessidade de se utilizar suplementos contendo fontes de proteína (ou NNP – uréia) para corrigir a deficiência da pastagem, “não se esquecendo dos minerais adequados para esses animais e suas particularidades dentro do desenvolvimento e produção, como cria, recria e engorda”.
 
De acordo com o intuito do rebanho ou fase, poderá haver necessidade de manter o peso, ganhos baixos, médios e altos. Bernardes destaca como fundamental “a presença de volumoso, mesmo seco, pois será utilizado na fermentação ruminal e fornecimento de nutrientes”.
 
A presença de maior ou menor quantidade de farelos, que são fontes de energia, resultará em maior ou menor consumo devido à palatabilidade e, conseqüentemente, maior ou menor ganho, sempre dependendo da oferta de volumoso.
 
Diego Bernardes orienta ainda sobre a diversidade de produtos para suplementação e a destinação de cada um deles. Ele explica que a “linha branca” consiste apenas numa mistura mineral sem presença de farelos ou uréia. Já os “ureados” são misturas minerais com presença de uréia, porém sem ou muito pouco farelo, visando manutenção de peso, com baixo consumo (< 120g/dia). Por seu lado, o “proteinado de baixo consumo” é uma mistura mineral com uréia e farelos visando ganhos de peso baixos ou manutenção de animais mais exigentes, com baixo a médio consumo (100 a 200/dia ou 30 – 50g /100 kg de PV).
 
O “proteinado de médio consumo”, conforme cita Bernardes, é uma mistura mineral com uréia e mais farelos visando ganhos de peso baixos a médio, com médio consumo (100g /100 kg de PV), havendo necessidade do consumo correto, pois os minerais são diluídos de acordo com o consumo previsto. O “proteinado de alto consumo”, por sua vez, consiste numa mistura mineral com ou sem uréia e bastante farelo, visando ganhos de peso elevados, porém variando muito com a qualidade da pastagem, com alto consumo e normalmente consumo controlado. O proprietário fornece diariamente a quantidade pelo número e peso dos animais (250g /100 kg de PV ou maior quantidade se for necessário).
 
Devido à presença de uréia nos proteinados, mesmo em baixas quantidades em alguns, há necessidade de se fazer adaptação ao consumo da uréia para evitar os riscos de intoxicação, conforme orienta o veterinário da Matsuda, que consiste na diluição do proteinado em um mineral sem uréia e o fornecimento de 10 a 15 dias na proporção 1:1 e depois fornecer sem interrupção o proteinado. Caso ficar mais de 3 dias sem o produto, readaptar.
 
Bernardes ressalta ainda que os cochos “devem ser cobertos e obrigatoriamente furados para evitar acúmulo de água, pois proteinado com uréia intoxica se o animal ingerir a uréia concentrada na água empoçada do cocho”.
Devido ao consumo diferenciado de cada tipo, o produto para suplementação deve ser oferecido em tamanho de cocho específico, quanto maior o consumo do produto maior deve ser a disponibilidade linear por cabeça. Caso não haja disponibilidade de volumoso, usar produtos da linha branca (sem ureia) específico por categoria.
 
 
Fonte: Boi Pesado


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