Acrimat pede estudo sobre operação de frigoríficos
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) realizou, nesta quarta-feira, 6, a primeira reunião com a Fundação Dom Cabral (FDC) para dar início aos estudos de viabilidade da implantação de indústrias frigoríficas geridas por pecuaristas. O levantamento foi solicitado a partir da demanda dos associados para conhecer o segmento industrial da cadeia da carne, desde custos, receitas, mercado e gestão administrativa do negócio. Os estudos foram encomendados pela Acrimat para a elaboração de um plano de negócios para o funcionamento de frigoríficos constituídos, essencialmente, por produtores. A Fundação Dom Cabral, a partir desta demanda, vai avaliar onde e em quais condições a reabertura de plantas frigoríficas seria viável. Neste primeiro encontro, o pesquisador da Fundação Dom Cabral Carlos Emílio Bartilotte identificou as expectativas da entidade com relação aos estudos e solicitou informações para dar início à pesquisa. De acordo com o presidente da Acrimat, Marco Túlio Duarte Soares, a entidade não vai ser responsável pelo negócio, mas vai apresentar a seus associados interessados as condições para que o mesmo dê certo. “Não se trata de um negócio da Acrimat. Queremos mostrar para os produtores uma opção para a cadeia que seja mais justa e transparente para os produtores, se assim ficar demonstrado na pesquisa”, explica Marco Túlio. O produtor e médico veterinário Luiz Carlos Meister foi convidado pela Acrimat para participar da reunião e contribuir com a pesquisa. Para ele, existe a possibilidade de mostrar aos produtores e às próprias indústrias alternativas para que o mercado possa ser mais justo. “É uma oportunidade para a pecuária de corte evoluir no sentido de adquirir conhecimento sobre a atividade como um todo. A partir dos estudos poderemos ter uma visão correta e adequada e, se possível, avaliar a possibilidade de operar o negócio”. O diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, explica que a alternativa foi identificada em decorrência da concentração da indústria no Estado. Atualmente, cinco empresas são responsáveis por 80% do abate. Há cerca de dez anos, a proporção era de 75% do mercado de boi compartilhado entre dez indústrias. “Com os estudos, conhecendo todos os custos, receitas, oferta de animais, mercado consumidor, logística e distribuição, poderemos apresentar em quais condições o negócio é viável. A partir de então, caberá aos produtores decidir operar ou não uma indústria”, explica Vacari. Não existe um prazo para a conclusão do plano, mas, assim que estiver pronto, a Acrimat fará a apresentação geral e, caso haja interesse por parte dos pecuaristas, a associação vai conceder o plano mediante condições estabelecidas. “O estudo também vai apontar como a associação poderá, sem ser responsável pelo negócio, participar representando seus associados. Nosso intuito é apresentar um modelo de negócio que seja rentável e transparente, para eliminar qualquer dúvida para qualquer um dos integrantes da cadeia produtiva, do pecuarista ao consumidor”. O pesquisador Carlos Emílio Bartilotte afirma que os principais pontos a serem abordados serão custo de operação, receita, oportunidades de mercado, estrutura de capital, modelo administrativo e código de ética. Tudo dentro de uma projeção para cinco anos de negócios. “Por serem muitas variáveis, não há como saber se é ou não viável e qual será o modelo estabelecido, se societário, cooperativista ou associativista. Por isso, vamos fazer o estudo e apresentar aos produtores. A implantação disso será outra etapa do processo”, explica o professor Carlos Bartilotte. O pecuarista e representante regional da Acrimat, Marcelo Vendrame, acredita que o estudo é uma ferramenta a mais para os produtores e caberá a cada um avaliar de acordo com sua realidade. “Enquanto associação, a Acrimat deve apresentar mudanças possíveis. Como será o aproveitamento disso e implementação é uma consequência independente do estudo”. A princípio, o estudo será realizado em dez microrregiões produtoras que possuem plantas industriais inativas. Fonte: Portal Dbo
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