Oferta de 97 animais de três raças diferentes num mesmo leilão, com ritmo e velocidade. Matrizes e reprodutores selecionados Angus, Brahman e Simental. Compradores de vários estados, salão lotado na Fazenda Santa Ester, em Silvianópolis (MG). E ótimos resultados financeiros na comercialização, com vários exemplares arrematados acima de R$ 70.000,00. Essa foi a tônica do segundo dia do Leilão Casa Branca, promovido neste sábado, dia 8, por Paulo de Castro Marques e equipe. O remate começou com a oferta dos melhores animais do tradicional criatório mineiro e seguiu a tarde toda com a participação e compra de reconhecidas fazendas de Angus, Brahman e Simental.

Foram dois dias de transações de animais funcionais, produtivos e perfeitamente adaptados para produzir bezerros de padrão superior. Duas centenas de reprodutores, matrizes e machos selecionados, fruto de uma busca da melhor genética Angus, Brahman e Simental em várias partes do mundo, como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Colômbia e África do Sul. Parcerias de destaque como Três Marias, Schaff Angus Valley, J. D. Hudgins e Connealy Angus.

A Casa Branca Agropastoril abriu o fim de semana prolongado na sexta-feira, com a oferta de mais de cem reprodutores, negociados com criadores de Mato Grosso, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Sul, São Paulo e Alagoas. “A Casa Branca definitivamente mudou os conceitos de leilões. Oferta de três raças ao mesmo tempo, mas com ritmo, velocidade, acelerada e valor. As três fluíram bem. Vendemos para o Brasil inteiro, do Norte ao Sul, e até para os gaúchos, berço do Angus no Brasil. Foi uma realização para mim”, confidenciou Paulo Marques. Os negócios foram fechados em 24 parcelas, com desconto de 15% no pagamento à vista e frete grátis para toda malha viária.

A Casa Branca usa as mais modernas técnicas de reprodução, possui laboratório próprio de Fertilização in Vitro, realiza Prova de Ganho de Peso desde 2012, coordenada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), e desenvolve um programa de Genômica aplicada à pecuária, liderado pelo pesquisador e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araçatuba, Professor José Fernando Garcia, desde o ano passado.

O trabalho na UFLA é coordenado pela professora Sarah Laguna Conceição Meireles, doutora em genética e melhoramento animal. As provas compreendem uma completa avaliação individual dos touros jovens. Identificação e seleção para características de desempenho, carcaça, morfologia e adaptabilidade (essa última para Angus e Simental). E foco em resultados econômicos: ganho de peso e peso final. A avaliação de carcaça contempla área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, espessura de gordura na picanha e porcentagem de gordura intramuscular, características avaliadas ao final pelo Professor Doutor Jaime Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). São incluídas, ainda, na prova avaliações visuais para equilíbrio, raça, aprumos, reprodução e musculosidade. “Todo esse conjunto de informações e resultados são incluídos em um Índice Final Casa Branca, no qual os animais são ranqueados e classificados”, resume Jaime Tarouco.

Já o programa de genômica busca intensificar ainda mais a seleção das três raças, procurando, por exemplo, animais com menor infestação de carrapatos ou mesmo que não adoeçam pelas enfermidades por eles transmitidas. “Agora é possível associar combinações na sequência do DNA, encontrando marcas que podem ser utilizadas para promover o nascimento de bovinos mais resistentes”, explica José Fernando Garcia. Além disso, todos os animais da Casa Branca já tiveram o DNA purificado e analisado no teste SNP chip, que investiga simultaneamente 150 mil variações (snips) do genoma de cada animal, o que permite aos cientistas associar o tipo de SNP com o fenótipo do animal. E gerar as marcas para seleção de várias características.

Fonte: Beefworld