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10/10/2017
Genômica ajuda taurinos no combate ao carrapato


Realidade nos Estados Unidos, principalmente no gado holandês, a seleção genômica caminha a passos largos no Brasil. Além do trabalho com raças zebuínas, que permitiu a criação da DEP para Maciez do Nelore Brasil, da ANCP; a ferramenta tem avançando também nas raças taurinas. No caso dos projetos da Conexão Delta G, no Rio Grande do Sul, e da Casa Branca Agropastoril, em Minas Gerais, a genômica tem sido utilizada no combate ao carrapato, um dos grandes vilões da pecuária brasileira.

Para tentar minimizar a presença do ectoparasita em animais Angus e Simental, a Casa Branca Agropastoril, de Silvianópolis, MG, fechou parceria com o pesquisador José Fernando Garcia, da Unesp Araçatuba, SP, e da AgroPartners Consulting. Todos os animais do criatório já tiveram seu DNA genotipado pelo teste SNP chip, que analisa simultaneamente mais de 150.000 variações (snips) no material genético de cada indivíduo.

“Estamos tentando identificar a região do DNA dos animais que corresponde a essa característica. Com isso, conseguiremos realizar acasalamentos dirigidos e multiplicar essa genética”, explicou Garcia.

A coleta das informações é feita por meio de avaliações visuais de todo o rebanho Casa Branca. Cada vez que o animal é tratado, geralmente a cada 15 dias, um funcionário da fazenda faz uma análise da infestação e a classifica com um score de 1 a 5.

“É um trabalho a médio prazo da qual ainda estamos apenas no começo. Não há uma solução pronta para esse tipo de estudo. Por sorte, ou não, a região tem uma grande incidência de carrapatos, o que nos permite ter mais matéria-prima para trabalhar”, explicou Garcia. A previsão do pesquisador é que o trabalho comece a dar os primeiros frutos em torno de três anos.

Com base na mesma metodologia, a pesquisa também busca encontrar animais taurinos mais resistentes ao calor. Em outra raça selecionada pela Casa Branca, o zebuíno Brahman, o objetivo é selecionar animais precoces.

Para isso, todas as novilhas do criatório são submetidas a uma avaliação de ultrassonografia aos 14 meses para a detecção de um gene que corresponde a ovulação. Assim que ele é detectado, as jovens fêmeas são desafiadas a emprenhar por meio de Fertilização In Vitro (FIV).

HB- No Rio Grande do Sul, a Conexão Delta G e a Embrapa Pecuária Sul realizam a avaliação genômica para resistência ao carrapato nas raças Hereford e Braford. Os 10 criatórios que participam do projeto passam um pente fino em seus animais e retiram os carrapatos um a um com o auxílio de uma pinça para contabilizar a infestação.

O fruto inicial do trabalho foi o primeiro sumário de touros com DEPs genômicas para essa característica, lançado na Expointer de 2016. Até o momento já foram genotipados e fenotipados mais de 6.000 animais de duas a três etapas, totalizando mais de 16.000 contagens.

Neste ano, foi feito um estudo no Brasil Central onde foram utilizados quatro reprodutores Braford – dois mais resistentes ao carrapato e dois mais suscetíveis – no cruzamento com matrizes meio sangue Nelore/Angus e Nelore/Senepol. Os resultados mostraram que os filhos dos animais mais resistentes tiveram infestações com cerca de 10 carrapatos a menos do que os mais suscetíveis.

“Essa diferença de 1/3 pode parecer pouco à primeira vista, mas é um ótimo resultado para uma primeira geração”, destacou Fernando Cardoso, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sul e coordenador do projeto.

De acordo com o pesquisador, o próximo passo será expandir o acesso à tecnologia para todos os criadores de Braford do Brasil por meio de um convênio entre a Conexão Delta G, Embrapa e Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB).

“Com certeza a adaptação, resistência aos carrapatos e comprimento de pelo são os pontos-chave para a expansão de raças taurinas nas demais regiões do Brasil, alicerçadas pelo cruzamento industrial e programas de qualidade de carne”, concluiu Cardoso.

Também neste ano, o projeto iniciou os trabalhos para gerar DEPs genômicas para duas novas características: tristeza parasitária e ceratoconjuntivite bovina.

Fonte: Portal DBO


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