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26/12/2017
O ano de 2017 foi, particularmente, difícil para a agricultura, devido ao aumento do custo de produção


A produção de grãos e de carne bovina cresceu em Mato Grosso do Sul em 2017, mas o aumento dos custos somado à baixa remuneração dos produtos exigiu do produtor rural um cuidado redobrado com a gestão do seu negócio para tentar reduzir os gastos e melhorar a rentabilidade.
O Estado deve fechar 2017 com uma produção de carne bovina de 791 mil toneladas, 0,82% a mais que as 784 mil toneladas de 2016. Já a de carne de aves deve ter um incremento de 3,9%, passando de 401,7 mil toneladas para 417,6 mil toneladas e a de suínos de 7%, subindo de 135 mil toneladas para 144 mil toneladas.

“A bovinocultura de corte sofreu com acontecimentos fortuitos à demanda e oferta, o que agravou as condições do ambiente político-econômico e pressionou ainda mais os preços. O bom desempenho das exportações teve um papel importante para inibir uma queda ainda mais acentuada nas cotações, já que o consumo interno não foi expressivo”, explica o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito.

Mauricio Saito acredita que o ano de 2018 deverá ser de expectativa favorável, devido ao investimento realizado na produção para safra 2017/2018.

Acompanhe a entrevista:

A Crítica - O ano de 2017 foi marcado com o agronegócio indo na contramão da crise econômica nacional. Como o senhor avalia este ano para o setor?

Maurício Saito - O ano de 2017 foi, particularmente, difícil para a agricultura, devido ao aumento do custo de produção. Contudo, o produtor rural compreendeu a necessidade de investimento na atividade e alcançou como resultado um aumento de produção, mais uma vez, para Mato Grosso do Sul. Na soja, superamos em 16% o aumento de produção, e no milho, apesar do revés climático registrado no ano anterior, tivemos um aumento superior a 55% na produção.

A Crítica - Mais uma vez houve safra recorde, porém a rentabilidade ficou abaixo da expectativa. Essa é uma tendência daqui para frente?

Maurício Saito – Evidentemente, esses números não se convertem em rentabilidade automática, já que tivemos o problema de precificação dos nossos produtos, exatamente pelo nível de produtividade que temos no estado de Mato Grosso do Sul.

A Crítica - Qual a expectativa que o senhor traça para a produção em 2018?

Maurício Saito - Diante da situação macroeconômica que o País atravessa, avaliamos que 2018 será um ano de muitos desafios, mas que, devido ao investimento realizado na produção da safra 2017/2018, tem também boas perspectiva. Isso irá se reverter em produtividade positiva para o Estado, aliada à retomada do crescimento econômico, ainda que incipiente, em Mato Grosso do Sul e Brasil.

Há o otimismo de que, mantendo a condição climática que registramos hoje, término de dezembro e início de janeiro, será possível manter a produtividade da safra anterior, devido aos investimentos realizados pelos agricultores.

A Crítica – Na questão de exportação, MS tem se colocado em um patamar satisfatório?

Maurício Saito - Em 2017, a agropecuária continuou a ser o destaque nas exportações de Mato Grosso do Sul. Cinco grupos de produtos do setor ou que utilizam matérias-primas do segmento lideraram o ranking estadual de faturamento com as vendas internacionais. Entre janeiro e outubro, o complexo soja, os produtos florestais, as carnes, o complexo sucroenergético e os cereais representaram 91,3% do total da receita exportada pelo estado.

Entre os parceiros comerciais, a China se manteve ao longo do ano como principal comprador de itens “Made in MS”, representando 37,58% do total comercializado pelo estado. Na sequência aparecem a Itália, com 4,57%; Hong Kong, com 4,30%; a Holanda, com 3,90% e o Japão, com 3,43%.

No ranking nacional de exportações, o estado, no acumulado de cinco bimestres deste ano, figura entre os primeiros com a soja em grãos (quinta na relação), com os produtos florestais (quinto), com o milho (quarto), com a carne bovina (sexto), com a carne de frango (sexto) e com a carne suína (sétimo).

A Crítica – Para o agronegócio houve um produto que mais se destacou no Estado?

Maurício Saito - Em 2017, as três principais culturas da agricultura sul-mato-grossense registraram recordes históricos de produção. A de soja cresceu nesta temporada 18,43%, passando de 7,241 milhões de toneladas para 8,575 milhões de toneladas. Já a de milho se recuperou da quebra registrada no ciclo anterior e teve um salto de 57,44%, de 6,270 milhões de toneladas para 9,871 milhões de toneladas; enquanto que a cana-de-açúcar contabilizou um incremento menor, mas também significativo, 3,3%, de 48,685 milhões de toneladas para 50,292 milhões de toneladas. O ano de 2017 foi de recuperação no que se refere à produção de grãos em Mato Grosso do Sul.

A Crítica – Recentemente foi aprovado o projeto referente ao Funrural. Isso vai trazer alívio ao produtor rural até que ponto?

Maurício Saito - A Famasul apoia e destaca a importância do projeto por ele oferecer aos produtores rurais, que reconhecem possuir débitos com a Receita Federal, a possibilidade de regularizar sua situação através deste Programa de Regularização Tributária Rural.

Além disso, o projeto prevê o abatimento de 100% dos juros e das multas e o parcelamento em até 176 vezes do débito consolidado, reduz a alíquota dos atuais 2% para 1,2% e cria a alternativa ao produtor rural de optar pelo recolhimento sobre a folha de pagamento.

O projeto inclui, ainda, a possibilidade de renegociação de dívidas da agricultura familiar, além de abarcar os microempreendedores (MEI) e Simples Nacional do meio rural.

A Crítica  - Passada a avalanche JBS, o senhor acredita que a pecuária do Estado tende a se fortalecer no decorrer de 2018?

Maurício Saito - Os desafios registrados no mercado da pecuária em 2017 demonstraram o alto nível de qualidade e excelência dos nossos pecuaristas de Mato Grosso do Sul e o quanto eles têm feito o dever de casa. Por meio da atuação célere com as instituições e o Poder Público, conseguimos reverter as dificuldades.

Com a retomada de crescimento que estamos observando agora no fim de 2017, há uma perspectiva automática no aumento do consumo de proteína vermelha. Por isso, embora tenhamos dificuldades com o alto custo de produção, há otimismo em relação à possibilidade de uma precificação melhor, diante da retomada de consumo.

Fonte: Agrolink


 


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