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05/11/2010
A caminho da segunda bolha das commodities


A caminho da segunda bolha das commodities

O mundo está a caminho da segunda bolha das commodities. Nunca se negociou tanto no mercado futuro e nunca entrou tanto dinheiro novo nesse setor. É a volta da financeirização do setor. Juros próximos de zero nos países desenvolvidos, dólar fraco e excesso de dinheiro em busca de bons investimentos estão inflando as negociações com commodities.

Os dados da Chicago Board Of Trade, principal Bolsa de negociações de grãos do mundo, são impressionantes. Negócios com metais, metais preciosos e petróleo também indicam forte aquecimento.

Os contratos de compra de soja bateram o recorde de 123 milhões de toneladas em outubro em Chicago, superando o pico do período pré-crise de 2008, quando o recorde tinha sido de 119 milhões de toneladas.

As negociações com milho chegaram a 309 milhões de toneladas e as com trigo, a 91 milhões no mês passado. No pico de 2008, os contratos em aberto no mercado futuro de Chicago eram de 297 milhões de toneladas para o milho e de 83 milhões para o trigo.

"Estamos entrando em uma nova bolha e a atitude do Fed, de injetar mais dinheiro no mercado, vai inflar ainda mais as commodities", diz Fernando Muraro Junior, da AgRural, de Curitiba. O Fed (Banco Central dos Estados Unidos) anunciou na quarta-feira (03) a compra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro americano. O problema é que já há excesso de capital girando pelo mundo e esse dinheiro perdeu o contato com a economia real, diz Muraro.

O excesso de negociações no mercado futuro de commodities faz com que os fundamentos da economia (produção, demanda e estoques) já não influenciem mais. Segundo ele, "há uma perda de referência na economia".

Isso é bom ou ruim?

A alta de preços é boa para os produtores de commodities, tanto agrícolas como metais e petróleo, mas ruim para os consumidores, que vão sentir no bolso essa elevação de preços.

Os agricultores brasileiros deverão ter renda recorde neste ano, conforme estimativas da AgRural. Para Muraro, a perda de relação dos preços das commodities com a realidade é evidente. O apetite chinês, embora grande, não justifica valores tão elevados.

O reflexo dessa alta no mercado futuro -onde há intenções de negócios- é de elevar também os preços no mercado físico, onde efetivamente ocorrem os negócios. Essa transferência de preços indica que "a inflação dos alimentos já está tocando a campainha", diz Muraro.

A elevação de preços ocorre mesmo com a maior oferta de produtos neste ano. À exceção de alguns produtos, como trigo, a safra mundial de grãos foi boa e as perspectivas são de manutenção de produção no próximo ano.

FONTE: BeefPoint.


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