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05/09/2018
Entidades lançam Aliança para uso responsável de antibióticos


Entidades da cadeia de proteína animal lançaram nesta terça-feira, 4, em São Paulo, SP, a Aliança para o Uso Responsável de Antimicrobianos. O projeto é uma resposta ao Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos (PAN-BR), do Ministério da Agricultura, que convocou o setor privado à ação. O programa do Mapa determina estratégias para promover segurança no uso de antibióticos em animais.

Nesse sentido, a Aliança vem como complemento ao plano governamental. “A Aliança entra nisso para tentar facilitar o trabalho do Mapa no que diz respeito ao uso em medicina veterinária. Mas são eles que vão definir os riscos e quais são os antimicrobianos criticamente importantes, usados também no tratamento humano”, explica João Palermo Neto, consultor independente da Aliança e professor titular da USP.

Entre os objetivos da Aliança estão proteger a saúde e o bem-estar animal em uma abordagem unificada, promover o uso de antibióticos de forma racional e responsável, incentivar o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para a prevenção e o tratamento de doenças, proteger o comércio de proteína animal, e aumentar o conhecimento, a comunicação e a transparência sobre o tema.

Segundo Sheila Guebara, coordenadora da Aliança, a iniciativa atuará em quatro frentes: comunicação, educação e capacitação no uso de antibióticos de forma consciente; coleta e inventário do uso de antimicrobianos; vigilância de bactérias resistentes; e logística reversa, com o recolhimento de embalagens junto aos produtores.

Mais do que reduzir o uso de antibióticos, o professor da USP acredita que é importante promovê-lo na dose certa, no momento certo e para a espécie indicada. São quatro os momentos principais de uso de antibióticos, segundo Palermo. O primeiro é como tratamento terapêutico quando o animal já está doente. Como metafilático, quando o animal não está doente, mas compartilha o ambiente com outros que estão. Terceiro, para prevenir doenças em ocasiões em que já se sabe que elas podem ocorrer. “Na desmama dos suínos, por exemplo, em que a imunidade desses animais cai, antes de eles apresentarem algum problema você já administra o antibiótico”. Por último, o uso como aditivo para estimular o crescimento e aumentar o desempenho dos animais.

Nessa questão de promover o uso consciente, de acordo com Gabriela Mura, técnica do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), o Mapa estuda a possibilidade de exigir prescrição veterinária para a compra de antibióticos para animais de forma similar ao que é feito para humanos, em que a receita médica é obrigatória e fica retida na farmácia.

Fazem parte da Aliança as seguintes entidades: Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) e Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Histórico
Palermo Neto explica que a necessidade de um plano para prevenção e controle da resistência de antimicrobianos surgiu quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) entendeu que o número de bactérias resistentes estava aumentando e que era preciso uma forma de conter esse problema. “Criou-se então o conceito de saúde única, em que medicina humana e veterinária teriam de trabalhar juntas para reduzir o número de bactérias resistentes aos antimicrobianos”, afirma. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a OIE propuseram um projeto de controle da resistência. O Brasil, como membro da OIE, assumiu o compromisso de instituir um plano nacional, que vem sendo conduzido pelo Ministério da Saúde, Anvisa e pelo Mapa no que diz respeito à medicina veterinária. “Assim, com o PAN BR, o Mapa vai buscar saber quais bactérias são resistentes, quais delas pesquisar, porque não se pode discutir resistência microbiana para todas as bactérias de uma vez. E aí vamos saber aonde estamos e aonde queremos chegar”, diz Palermo, sendo a Aliança uma nova instituição criada para colaborar com a iniciativa pública nesse caminho.

De acordo com Palermo, o ministério propôs iniciar o plano com a Salmonella, gênero de bactérias altamente relevante para a indústria de frango.

Fonte: Portal DBO.



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