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19/02/2019
Carne na alimentação: quais países lideram o ranking?


Um terço dos britânicos afirma ter parado de comer carne ou reduzido sua ingestão, enquanto dois terços dos americanos dizem que estão comendo menos carne.

A tendência se deve em parte a iniciativas como a Segundas Sem Carne, em que adeptos passam o primeiro dia útil da semana sem comer este alimento, e a Veganuary, que incentiva ficar um mês assim.
Ao mesmo tempo, diversos documentários e defensores do veganismo vêm destacando os possíveis benefícios de comer menos carne. Mas quais são os efeitos práticos desta mudança de comportamento?

Mais renda, mais carne

O consumo de carne no mundo aumentou rapidamente nos últimos 50 anos, e sua produção hoje é quase cinco vezes maior do que no início dos anos 1960 – de 70 milhões de toneladas, passou para mais de 330 milhões em 2017.

Uma razão para isso é que há muito mais pessoas no mundo. No início da década de 1960, havia cerca de 3 bilhões. Hoje, somos mais de 7,6 bilhões.

Embora o crescimento populacional seja um dos fatores, isso não explica por que a produção de carne quintuplicou.
Outra explicação importante é o aumento da renda. A média global mais do que triplicou em meio século.

Quando comparamos o consumo em diferentes países, vemos que, tipicamente, quanto mais rico, mais carne é consumida. Não há apenas mais pessoas no mundo. Há mais pessoas que podem comprar carne.

Onde se come mais carne?

A associação com a renda pode ser observada quando se analisam padrões de consumo de carne no mundo.

Em 2013, de acordo com os últimos dados disponíveis, os Estados Unidos e a Austrália lideravam o ranking global de consumo anual de carne. Juntamente com a Nova Zelândia e a Argentina, os dois países ultrapassaram a marca de mais de 100 kg por pessoa, o equivalente a cerca de 50 frangos ou metade de um boi.

Altos níveis de consumo de carne podem ser vistos em todo o Ocidente, e, na maioria dos países da Europa Ocidental, o consumo é de 80 a 90 kg por pessoa.

No outro extremo do espectro, em muitos dos países mais pobres do mundo, come-se pouca carne. O etíope médio, por exemplo, consome apenas 7 kg, os ruandeses, 8 kg, e os nigerianos, 9 kg. Trata-se de um patamar dez vezes menor que o da média europeia.

Esses números representam a quantidade de carne per capita disponível para consumo, mas não levam em consideração o alimento desperdiçado. Na realidade, as pessoas comem um pouco menos de carne do que isso.

Países de renda média impulsionam a demanda

Mas, se os países mais ricos consomem muita carne e os de baixa renda, pouca, por que estamos como um todo comendo muito mais carne nos últimos 50 anos?

Essa tendência é em grande parte impulsionada por um crescente grupo de países de renda média, como a China e o Brasil, que registraram um crescimento econômico significativo nas últimas décadas e, portanto, um grande aumento no consumo de carne.

Enquanto no Quênia, o consumo de carne mudou pouco desde 1960, por outro lado, o chinês médio passou de 5 kg por ano nos anos 1960 para 20 kg nos anos 1980 e, nas últimas décadas, para mais de 60 kg.
O mesmo aconteceu no Brasil, onde o consumo deste alimento quase dobrou desde 1990 – superando quase todos os países ocidentais no mesmo período.

A Índia, no entanto, é uma importante exceção à regra. Enquanto a renda média triplicou desde 1990, o consumo de carne não seguiu o mesmo caminho.

É um equívoco presumir que a maioria dos indianos seja vegetariano – dois terços comem pelo menos um pouco de carne, de acordo com uma pesquisa realizada no país.

No entanto, o consumo de carne na Índia permaneceu reduzido. Com menos de 4 kg por pessoa por ano, é o menor do mundo. É provável que isso se deva em parte a fatores culturais, incluindo não comer certos animais por motivos religiosos.

O consumo de carne está caindo no Ocidente?

Muitas pessoas que vivem na Europa e na América do Norte dizem que estão tentando reduzir o consumo de carne, mas isso está funcionando?

Na verdade, não, segundo as estatísticas. Dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o consumo de carne per capita aumentou nos últimos anos.
Embora possamos pensar que a carne está se tornando menos popular, o consumo americano em 2018 esteve próximo de seu pico em décadas. É um quadro semelhante ao da União Europeia.

Enquanto o consumo ocidental de carne é estável ou ligeiramente crescente, os tipos de carne consumidos estão mudando. Isso significa menos carne vermelha – carne bovina e suína – e mais aves. Nos Estados Unidos, respondem por metade do consumo. Nos anos 1970, eram 25%.

Essas substituições podem ser uma boa notícia para a saúde e para o meio ambiente. Quantidades moderadas de carne vermelha e laticínios podem melhorar a saúde das pessoas, especialmente em países de baixa renda, onde as dietas podem não ser tão variadas.
Mas em muitas nações, o consumo de carne vai muito além dos benefícios nutricionais básicos. Na verdade, pode ser um risco para a saúde. Estudos associam o consumo excessivo de carne vermelha e processada ao aumento do risco de doenças cardíacas, derrame e certos tipos de câncer.

Substituir carne ou bacon por frango pode ser, assim, um passo positivo. Essa troca também é melhor para o meio ambiente. Quando comparada com a carne de frango, a carne bovina tem um impacto três a dez vezes maior sobre o uso da terra, a água e as emissões de gases de efeito estufa. A carne de porco situa-se entre os dois.

Um futuro em que o consumo de carne é sustentável e equilibrado entre os países exigiria grandes mudanças. Isso significaria não apenas uma mudança nos tipos de carne que comemos mas também na quantidade de carne que comemos.

Fonte: Beefpoint


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