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28/03/2011
JBS: apesar do resultado ruim, Batista segue otimista


Os diretores da JBS S.A., que divulgaram semana passada os resultados do ano de 2010 com um prejuízo de R$ 264 milhões, realizaram como de costume uma teleconferência para esclarecer os resultados, comentar a situação da empresa e suas perspectivas futuras.

Há cerca de um mês à frente da JBS, Wesley Batista deu ontem uma resposta ao mercado financeiro, que está punindo as ações da companhia: o foco em 2011 será gerar valor aos acionistas. "Não estamos focados em aquisições, e sim em resultado, no crescimento orgânico da empresa. Vamos gerar caixa e retorno aos acionistas", disse o presidente, que desconversou sobre os rumores de aquisição da empresa americana de alimentos Sara Lee.

As ações da JBS fecharam a R$ 5,87 ontem, queda de 3,45% no dia e de 18% no ano. O preço é 27% menor que o pago pelos acionistas no IPO (oferta pública inicial de ações), em 2007, de R$ 8. A relação entre preço da ação e valor patrimonial está em 0,8, o que significa que a JBS é avaliada abaixo de seu valor de liquidação.

Segundo os diretores, o resultado ruim foi impactado pelo pagamento de uma multa de R$ 522 milhões ao BNDES por não ter feito o IPO de sua subsidiária nos EUA, a JBS USA. No final de 2009, a JBS emitiu US$ 2 bilhões em debêntures conversíveis em ações da JBS USA -todas subscritas pelo BNDES. Como não houve emissão de ações, a JBS teve de pagar a multa, prevista em contrato.

O presidente da JBS, Wesley Batista, estimou nesta quinta-feira que o faturamento da companhia deve chegar perto de US$ 40 bilhões (R$ 66,376 bilhões) em 2011. O valor representaria um aumento de 21% sobre a receita líquida do grupo no ano passado, que foi de R$ 55,055 bilhões. Segundo Batista, uma melhora no nível de consumo de proteína animal nos Estados Unidos e o aumento das exportações devem contribuir para o maior faturamento neste ano.

Segundo ele, nos próximos anos o consumo deve crescer bastante nos emergentes e os países árabes serão protagonistas no consumo mundial de carne. "Os países árabes serão um mercado importante para a carne brasileira, porque têm crescimento de renda e poder aquisitivo maior proporcionado pela alta do petróleo", afirmou.

Prova disso é o aumento do consumo registrado pela empresa nos últimos dez anos. Segundo a JBS, o consumo de carne bovina no Oriente Médio cresceu 41,4% nos últimos dez anos. Na África, o aumento foi de 70,2% e, na América Latina, de 32,2%. Já nos países da União Europeia, o crescimento foi de aproximadamente 3% no mesmo período, pois o mercado já está consolidado.

Nem as revoltas no mundo árabe ameaçam o comércio, na avaliação de Wesley. "Não exportamos para Líbia. A Arábia Saudita, que é o maior comprador, está com a situação controlada. No Egito, a situação também está aparentemente sob controle".

A empresa encerrou o ano de 2010 com uma dívida bruta de R$ 15,5 bilhões. Entre 75% e 85% do total está alocado no Brasil, e o restante nos Estados Unidos. Como a receita da empresa se concentra nos Estados Unidos - cerca de 70% dos 55 bilhões de reais obtidos em 2010 -, a atual distribuição da dívida causa uma certa desvantagem para a JBS. Mas a empresa espera resolver o problema nos próximos três meses. "Temos uma ineficiência tributária hoje na nossa operação, que é o desbalanceamento da nossa dívida", disse Batista.

Nos Estados Unidos, como a JBS tem pouca dívida e poucos juros, há um alto lucro antes de impostos - e conseqüente cobrança elevada de impostos sobre esse valor. Já no Brasil, o pagamento de juros sobre a dívida é alto e há pouco lucro antes de calcular o imposto que recairá sobre ele - o que faz o imposto ser menor.

Como no Brasil há o ágio (que pode ser usado para contrapor o pagamento de impostos), o desejo da empresa é levar parte da dívida para os Estados Unidos - proporcional à participação do país na receita da empresa. Desse modo, a JBS espera que o custo financeiro seja maior nos Estados Unidos para diminuir o lucro antes dos impostos e, consequentemente, a cobrança de impostos no país.

A JBS também observou um aquecimento da demanda no Japão, em decorrência dos recentes terremotos que assolaram o país nas últimas semanas. "A situação no Japão não deixa ninguém feliz, mas por outro lado, a demanda está super aquecida no país", afirmou Wesley Batista. "Apesar de a situação ser triste o impacto financeiro no nosso negócio é favorável, pela demanda aquecida e aumento de preço", disse. O executivo calcula que, em duas semanas, os preços aumentaram mais de 10% nas vendas da empresa no Japão.

A demanda aquecida beneficia as exportações da JBS USA. O executivo espera bons resultados para as exportações das unidades de bovinos e suínos nos Estados Unidos em 2011, em decorrência da demanda e do enfraquecimento do dólar. "O cenário para as três proteínas que operamos no EUA é promissor em exportações", disse Batista, que admitiu uma dificuldade em aves no começo do ano em decorrência do aumento do preço dos grãos. "É incrível acreditar, mas hoje o EUA compete com o Brasil nas três frentes ", disse Batista.Com informações da Folha de S. Paulo, Anba, e Portal Exame.

FONTE: Beefpoint


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