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23/05/2011
União Europeia vê falhas em rastreamento de gado na Irlanda



 A União Europeia (UE) acaba de apontar deficiências no sistema de rastreabilidade de bovinos na Irlanda, num duro golpe para a pecuária desse país que mais faz campanha contra a carne bovina brasileira. Uma missão do FVO, Escritório Veterinário e de Alimentos europeu, visitou a Irlanda em setembro passado para avaliar os controles sobre a rastreabilidade dos animais e produtos, na cadeia que vai da fazenda até o consumidor.
 
 O relatório revelado em Bruxelas constatou que a Irlanda não cumpria os critérios para a seleção de fazendas para controles cruzados dos animais. Ou seja, a rastreabilidade tem buracos. A missão europeia diz que o cumprimento dos requisitos cruzados "não é confiável" e que a verificação não requer controle sistemático de todos os animais na Irlanda. A missão cita ainda "sérias deficiências" na identificação e controle de movimento de animais, ou seja, a rastreabilidade não funciona em certos casos.
 
 Além disso, o FVO considerou que a rotulagem voluntária de produtos animais "não é coberta pelo controle oficial", também desrespeitando a legislação europeia. Na prática, os produtores irlandeses podem colocar o que quiserem no rótulo de seus produtos de origem animal.
 
 Os inspetores contam que num frigorífico 1.625 caixas de produtos animais foram transferidas para outro local um dia antes da visita da missão, na tentativa de esconder as falhas.
 
 O FVO, que tem sua sede central perto de Dublin, considerou que de maneira geral o sistema irlandês melhorou muito desde 2002. Mas, com base no que viu, faz nada menos que 10 recomendações às autoridades sanitárias irlandesas e pede investigações sobre deficiências constatadas na missão.
 
 As autoridades irlandesas responderam ao relatório do FVO usando expressões como "não concordamos, não aceitamos, discordamos fortemente", até que nas páginas finais prometem revisões nos processos.
 
 Por exemplo, fazendeiros que fazem muita substituição de brincos de identificação de bovinos serão mais visitados para o cumprimento de requisitos, para assegurar a rastreabilidade da carne que vai para a mesa do consumidor.
 
 A avaliação do FVO é dura para a Irlanda. Os produtores de carne bovina desse país são, há tempos, muito críticos em relação aos controles sanitários da pecuária brasileira, e não perdem uma ocasião de pressionar Bruxelas para frear a entrada da carne do Brasil em seu mercado. O país, aliás, já perdeu centenas de milhões de dólares com o que deixou de exportar em carne para a UE por conta de maior rigor em relação à rastreabilidade.
 
 Analistas notam que, a se julgar pelos termos usados pelos inspetores europeus, as deficiências identificadas na pecuária irlandesa parecem mais sérias do que falhas apontadas pela mais recente missão do FVO no Brasil.
 
 Enquanto eles falam de "sérias deficiências" em casos na Irlanda, o relatório sobre o Brasil considera que em sete das fazendas visitadas o desempenho dos auditores brasileiros foi "satisfatório" e nas duas outras fazendas havia apenas "falhas menores de natureza não sistêmica". Um caso de desempenho dos certificadores numa fazenda não foi totalmente satisfatório
 
 A missão visitou seis abatedouros no Brasil e um frigorífico aprovados para exportação para a UE, e as avaliações sobre higiene, rastreabilidade e controle oficial foram consideradas "satisfatórias em todos os estabelecimentos visitados". Só "falhas menores" foram identificadas em relação à manutenção. Também consideraram que a certificação de carne fresca para exportação para a UE e produtos introduzidos no território europeu em trânsito para terceiros países era satisfatória.
 
 Mas a Associação dos Produtores Irlandeses (IFA, em inglês) não perde uma ocasião e mantém uma campanha contra a negociação de acordo de livre comércio UE-Mercosul, estimando que sua produção seria dizimada. A última ação do presidente da IFA, John Bryan, foi pedir para Bruxelas suspender a negociação depois que a Rússia embargou frigoríficos brasileiros em abril. As autoridades europeias ignoraram a demanda.

 
Fonte: ABIEC


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