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07/07/2011
Especialistas discutem o uso do caroço de algodão e sua influência no sabor da carne


Durante mesa redonda promovida pela Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), que debateu sobre o uso do caroço de algodão na pecuária e sua influência no sabor da carne, foram apresentados estudos conduzidos pela Esalq/USP e IFMT onde foi avaliado que seu uso em percentuais entre 15% a 20% não promovem variação de aroma e sabor na carne.

Em 2009, os professores Dante Pazzanese Lanna, do Departamento de Ciência Animal e Pastagens da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) e Dorival Pereira Borges da Costa, coordenador da área de zootecnia do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) conduziram em Guiratinga (MT), experimento com 36 novilhos inteiros nelore em 91 dias de confinamento com concentração proposital entre 28% e 34% de caroço de algodão do total da matéria seca.

Conforme explicam os professores, neste experimento o percentual utilizado foi bem acima da dosagem convencional utilizada nos confinamentos que gira entre 10% a 20%. Na dieta dos animais foram utilizados níveis administrados respectivamente de 0%, 14%, 28% e 34% da matéria seca da dieta total para aferir possíveis incidências de oxidação libídica (ranço da carne).

Um fato observado pelos especialistas é que, quanto maior a participação do caroço de algodão na massa seca da dieta total, menor é a taxa de consumo da ração pelos animais confinados, que passaram a apresentar diminuição do ganho de peso. A redução gradativa fica ilustrada nos números do experimento que demonstra que no nível zero de adição do caroço de algodão o ganho de peso observado foi de 1,35 Kg/dia.

Na medida em que o subproduto é adicionado à alimentação a perda de peso é proporcional, podendo atingir GPD (Ganho de Peso Diário) de 1,1 kg/dia - menos 250 gramas por animal/dia - em dietas que receberam 34% de caroço de algodão", destacou o professor Dante Lanna.

Segundo Dorival Costa esse experimento é o quarto realizado por pesquisadores brasileiros que em que se constatou que na concentração de até 20% de caroço de algodão, nenhuma alteração no aroma e/ou sabor da carne foram observados.

As mudanças começaram a ocorrer quando o nível de massa seca com o uso do caroço de algodão na dieta total superou este percentual e alterou ligeiramente a escala de análise sensorial da carne. Vale destacar que nesta análise sensorial da carne é considerada uma escala de 0 a 9, sendo que o índice 5 é classificado como sendo uma carne saborosa.

Ao usar o nível 28% de concentração e depois o de 34% de teor de caroço de algodão na dieta dos bovinos, o aroma apurado no nível 28% ficou dentro da escala 5 e no sabor foi constatado intensidade 5,4. Em níveis de concentração acima de 34% a intensidade constatada no resultado da análise sensorial da carne foi 6 nos dois itens: sabor e aroma. "Em resumo a mudança significou uma ligeira alteração, no entanto, pouco expressiva em função da pouca diferença com a intensidade de uma carne saborosa que é o índice 5", destacou Dorival Costa.

A conclusão dos especialistas é a de que não há nenhum dado conclusivo que demonstre cientificamente uma correlação entre o uso de caroço de algodão nas dietas sobre o atributo de influenciar o sabor da carne bovina. "O confinador dificilmente terá problema de alteração de sabor ou aroma da carne produzida se respeitar a faixa média de 15% de teor de caroço de algodão na concentração de massa até porque muito acima disto, se tornará inviável", conclui Costa.

Os pesquisadores lembraram de outros dois experimentos conduzidos no Brasil neste assunto. O primeiro pela Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS) em parceria com a USP, coordenado pelo Dr. Sergio Medeiros e o segundo experimento, conduzido pela equipe do professor Paulo Leme, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) de Pirassununga (SP), em ambos sem efeito negativo no sabor da carne de bovinos alimentados com 10% a 20% de caroço de algodão.

Lanna defendeu ainda que mais experimentos do gênero sejam conduzidos até para ampliar possibilidades de que o problema esteja em outra área ou outro fator e não no caroço de algodão. Ele também informou que outra pesquisa vem sendo desenvolvida em Mato Grosso com avaliações a respeito de outras matérias-primas ou oleaginosas utilizadas na dieta de bovinos confinados, como o farelo de girassol, bagaço de cana e farelo de mamona.

Fonte: Beef Point


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