A companhia japonesa de bovinos Agura Bokujo, que trabalha em todo o país, entrou na Justiça com pedido de proteção a falência, acusando a crise nuclear no país de ter provocado um aumento no cancelamento de seus contratos, especialmente depois da detecção de carne bovina contaminada.

O tribunal do distrito de Tóquio solicitou a proteção dos ativos da companhia, sediada na província de Tochigi, sob uma lei de reabilitação civil. Sua dívida atingiu cerca de 61,99 bilhões de ienes no fim de março (US$ 789,8 milhões). A Agura Bokujo, criada em 1979, opera 370 fazendas por meio de franquias, com rebanho de 145 mil cabeças de gado, solicita a terceiros os investimentos em pecuária e compra bezerros dos proprietários para revender.

Cerca de 70 mil pessoas fizeram investimentos com a Agura Bokujo, que espera ter gastos de até 400 milhões de ienes em pagamentos para cancelar contratos se esses investidores quiserem. A companhia pretende pedir compensações à Tokyo Electric Power (Tepco), onde ocorreu o desastre nuclear de Fukushima Dai-ichi, em março, após terremoto e tsunami.

Um produtor que investiu milhões de ienes em gado disse que recebe no máximo 5% de rendimento ao ano.

– Estou preocupado com quanto do meu principal, que planejei usar para pagar custo de vida, será restituído.

A Agura afirmou que pretende restaurar o negócio e continuar operando hotéis e restaurantes. Uma reunião com credores deve ser realizada no fim do mês.

FONTE: Agrolink