Embargo russo às carnes brasileiras já dura 75 dias
O rigoroso embargo imposto pela Rússia às carnes brasileiras, em vigor há exatos 75 dias, ainda está longe de ser resolvido. O Ministério da Agricultura não conseguiu avançar nas negociações para a derrubada do embargo com as autoridades sanitárias russas. Dirigentes do ministério tentam marcar um encontro com o “czar” russo da área sanitária, Sergei Dankvert, para derrubar as restrições comerciais. A reunião poderia ocorrer durante a feira World Food Moscow, a ser realizada na capital russa a partir de 13 de setembro. Hoje, estão proibidas de exportar 85 unidades frigoríficas do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. A audiência com Dankvert também poderia ocorrer em Genebra, assim que for retomada a rodada de negociações para acesso da Rússia à Organização Mundial do Comércio (OMC), prevista para 12 de setembro. Isso, avalia-se, deve acelerar a busca de um entendimento entre os dois países. No início de julho, uma missão técnica, chefiada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, tentou encerrar a restrição aos produtos brasileiros. A missão propôs a “troca” do embargo às 85 plantas por uma restrição voluntária a 37 unidades. Mas a estratégia deu errado. Muitos frigoríficos listados pelo próprio governo brasileiro tinham produtos já embarcados em navios em direção à Rússia. A iniciativa gerou críticas e reclamações dos exportadores. Diante da confusão, os russos não concordaram em reabrir seu mercado e ainda incluíram as 37 plantas na lista original de proibição de importações. Em seguida, após apelos do Ministério da Agricultura, permitiram a entrada dos produtos embarcados até 2 de agosto. A crise política que derrubou o ex-ministro Wagner Rossi provocou uma paralisia nas negociações, informam fontes do governo. As férias de agosto na Europa também dificultaram uma solução menos demorada. O novo ministro, Mendes Ribeiro, ainda não tratou do tema de forma pública. Os exportadores já reclamaram reservadamente ao ministro, que tem se aconselhado sobre o assunto com os ex-ministros Pratini de Moraes e Francisco Turra. Além disso, o secretário de Defesa Agropecuária não está confirmado no cargo. Assim, as iniciativas técnicas seguem em compasso de espera. Fonte: Valor Online
|