Aftosa prejudica imagem do Mercosul como exportador
O prejuízo causado pelo foco de aftosa no Paraguai à imagem do Mercosul como exportador de carne é maior que os benefícios que o Brasil possa vir a ter ao atender os mercados até então abastecidos por aquele país. A avaliação é do diretor da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio. “É um ganho que não compensa. Queremos que o Paraguai saia o mais breve possível dessa situação e que o governo brasileiro se empenhe para que o Brasil não corra riscos”, destaca. O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, concorda que a fatia de mercado de carnes do Paraguai é pequena se comparada à do Brasil. "Mas não deixa de abrir mercado. Quem comprava deles terá que comprar de algum lugar e a maior capacidade de atender esta demanda é do Brasil", observa. O Paraguai tem como principais clientes o Chile e a Rússia, mas Sampaio acredita que, caso o Brasil venha a suprir a demanda da Rússia isso não deve alterar as relações comerciais entre os dois países. Para ele, o volume fornecido pelo país é pequeno para interferir nas negociações para liberação do embargo. "Não acredito que deva haver alguma interferência, uma vez que o foco está há 120 quilômetros da fronteira com o Brasil. Não há motivos para isso", acrescentou o diretor de Sanidade Animal do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes. "Lobby" para acessar mercados Conforme informações do jornal Diario ABC, do Paraguai, o país pretende procurar clientes como Brasil, Colômbia, Peru, Equador e África do Sul para fazer “lobby” pela reabertura do mercado para as carnes paraguaias já na próxima semana, informou Hugo Idoyaga, diretor de Relações Exteriores e Comércio Internacional do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa). Ainda segundo o Diario ABC, os contatos comerciais deverão ser feitos após o abate dos 819 animais expostos ao vírus e da tomada de todas medidas sanitárias necessárias para conter o avanço do vírus, o que deve levar entre oito e 15 dias, calcula. Sebastião Guedes acredita que o país não deve encontrar dificuldades em negociar com o Equador ou mesmo com o Brasil, já que o país está admitindo a entrada de carne processada paraguaia. " O governo paraguaio deve escolher o momento ideal para mostrar o que fizeram e abrir as negociações para a retomada dos mercados. Isso dependerá da velocidade com que as medidas forem tomadas", avalia. Idoyaga afirmou ao periódico paraguaio que mercados como Rússia, União Europeia e Chile deverão demorar mais tempo para serem reabertos, devido ao alto grau de exigência. Idoyaga estima que um volume superior a 40 mil toneladas de carne deixarão de ser exportadas enquanto durar o embargo ao produto local. FONTE: Beefworld
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