O que você achou do nosso site?



19/10/2011
Corte drástico na taxa básica de juros pode prejudicar financiamentos de produtores rurais


O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reuniu na última terça-feira, dia 18, e nesta quarta, dia 19, para definir o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. Uma manifestação em São Paulo reuniu economistas e representantes de associações de classe, que pediram cortes drásticos. Analistas afirmam que esse não é um caminho possível. Produtores rurais que dependem de financiamentos a longo prazo podem ser prejudicados.

Nesta quarta todas as atenções estarão voltadas para a reunião do comitê, o último encontro definiu um corte de 0,5% na Selic, que atualmente está em 12% ao ano. A expectativa dos economistas é de uma nova redução.

– O mercado está trabalhando com um corte de 50 pontos nesta quarta na taxa Selic. O colegiado do Banco Central, o Comitê de Política Monetária, não vai querer criar uma surpresa como criou da outra vez. A gente viu que um movimento tão abrupto como o feito da última vez pelo Banco Central criou muita distorção no mercado – explica o analista financeiro gradual de investimentos, André Perfeito.

A principal crítica de analistas aos cortes na taxa de juros é o agravamento da inflação. Apesar disso, o Banco Central aposta na desaceleração da economia mundial para conter a alta dos preços.

– Existe a possibilidade de a gente ter uma taxa de inflação menos preocupante nos próximos meses, principalmente em 2012. O que pode contribuir para uma inflação mais alta, e esta é a preocupação do mercado, são os reajustes salariais que aconteceram e vão acontecer por conta das greves que a gente teve no final do ano e o ajuste do salário mínimo – completa o analista.

Nessa terça, dia 18, chefes de entidades de classe e economistas lançaram o manifesto do movimento por um Brasil com juros mais baixos, mais empregos e maior produção. O grupo defende um corte drástico na taxa de juros para os mesmo patamares praticados pela Europa e pelos Estados Unidos, entre zero e 1,5% ao ano.

– O maior gasto público que o governo tem é o pagamento de juros. O que vai se gastar de juros este ano é três vezes maior que o orçamento da saúde pública. O que nós defendemos é gastar menos com os juros, dar menos para especuladores e investir no trabalho, no emprego, no desenvolvimento, na saúde pública, em escola, enfim, em coisas que são úteis as pessoas – afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff.

Após a apresentação do manifesto, foi feita uma passeata até a sede do Banco Central na Avenida Paulista. Os líderes reforçaram os pedidos de cortes mais drásticos na taxa de juros e de maior participação da sociedade nas decisões econômicas do Brasil. Segundo o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, movimentos como este são importantes para interferir na política econômica e no governo federal.

– O governo é entreposto da sociedade e tem que fazer o que a sociedade determina. Isso só vai acontecer se a gente pressionar o governo a fazê-lo – afirma.

Segundo André Perfeito, um corte muito drástico na taxa de juros poderia prejudicar os juros de longo prazo, que são aqueles utilizados pelos bancos para realizar financiamentos. Os produtores rurais, por exemplo, que contam com esse mecanismo para adquirir novas máquinas, seriam prejudicados.

– O agricultor, quando vai financiar em um prazo maior, de um ou dois anos, para o maquinário, ele não pega a taxa de juros curta, ele pega a longa. Infelizmente, o Brasil ainda tem uma estrutura de juros muito alta, mas pode ser colocada para baixo desde que o governo faça um conjunto de ajustes institucionais que permitam essa queda. No curto prazo, não tem como fazer – aponta o analista.

FONTE: Canal Rural


 Voltar  Enviar para um amigo  Imprimir

 30/05/2019 - Novo Site CIA/UFPR
 13/05/2019 - Acordo pode fortalecer EUA no mercado de carne bovina do Japão
 13/05/2019 - Queda no preço do milho deve elevar confinamento em até 7%
 13/05/2019 - Exportações de boi em pé ajudam a sustentar preços de reposição
 13/05/2019 - Previsão do tempo para esta Terça-feira (14/05/2019)

 
 

Nome
E-mail