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08/11/2011
Paraná deixa de lado a rastreabilidade e perde chance de exportar carne bovina


O Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) completa uma década neste ano sem resultados expressivos no Paraná. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) obtidos pela Gazeta do Povo, apenas 245 mil das 9,4 milhões de cabeças de gado do rebanho paranaense estão cadastradas no programa, 2,7% do total.

Apesar de o estado ter o sexto maior rebanho do país, a rastreabilidade é uma das menores entre as federações. Em estados com vasta tradição pecuária, o índice de gado rastreado chega a sete vezes o do Paraná. Das 22,3 milhões cabeças de gado do Mato Grosso do Sul, 21% fazem parte do Sisbov. Já no estado vizinho, Mato Grosso, 18% dos 28,7 milhões de animais estão cadastrados no Mapa. No Rio Grande do Sul, onde o rebanho é de 14,4 milhões de cabeças, o percentual de animais registrado é 3,2%.

No Paraná, segundo especialistas do setor pecuário, a política de fortalecimento do Sisbov nunca foi desenvolvida por conta de uma série de fatores. O principal motivo seria a falta de frigoríficos habilitados a exportar para países da União Europeia, que exigem o rastreamento para compra da carne. No final de setembro, o frigorífico JBS Friboi de Maringá, única planta do estado estruturada para exportar a mercados como o europeu, fechou as portas, zerando os embarques estaduais em outubro, conforme o sindicato dos frigoríficos, o Sindicarne.

Os poucos animais que carregam o brinco do Sisbov (cada brinco tem um número e um código de barra que permite o rastreamento público e privado) são enviados para os frigoríficos de estados vizinhos. “O produtor se sentiu desestimulado. O Paraná virou um mero produtor de matéria prima, gerando emprego em outros estados”, explica Antonio Minoro Tachibana, responsável pela área de rastreabilidade dos bovídeos do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).

Outra razão para o insucesso do Sisbov no estado é a passividade do consumidor interno. Não há pressão sobre os pecuaristas para adesão nem preço diferenciado para quem faz rastreamento isoladamente. “Acaba que a carne daqui é para consumo interno ou para exportação a países africanos, que não exigem o histórico do animal”, conta Minoro.

Para incluir todo o rebanho paranaense no Sisbov, os produtores paranaenses teriam que desembolsar inicialmente cerca de R$ 31,8 milhões para rastrear as 9,1 milhões de cabeças de gado restantes, já que cada unidade do brinco de identificação custa R$ 3,5.

Bolso cheio

Apesar da baixa adesão, pecuaristas paranaenses que aderiram ao Sisbov relatam que é possível obeter vantagens com o gado rastrea­­do. Em Guarapuava, no Centro-Sul do estado, a Cooperativa Agroin­­dustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Coopera­­liança), criada em 2009, exige dos atuais e futuros associados que todo o rebanho esteja cadastrado no Sisbov. Os pecuarista recebem bonificação de até 7% por atenderem ao sistema de rastreabilidade, que inclui o uso dos brincos.

“A rastreabilidade traz confiabilidade do consumidor”, aponta João Arthur Lima, diretor comercial da Cooperaliança. Somando os rebanhos dos 64 associados, a Coope­­rativa conta com 9 mil cabeças de gado – 180 abates por semana. Os associados só não estão ganhando mais dinheiro porque a produção é limitada. “Se a cooperativa tivesse o dobro de produção de carne rastreada, tudo seria vendido”, relata Lima.

FONTE: Gazeta do Povo


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