Cosalfa propõe ajustes no combate a febre aftosa
Os 11 países que compõem a Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) concluíram que será possível manter a meta do Plano Hemisférico de Erradicação a Febre Aftosa (PHEFA) de que a América do Sul seja livre da doença até 2020. No entanto, este resultado só deverá ser alcançado se forem feitas alterações nas atividades de controle e prevenção de focos. O encontro extraordinário da Cosalfa foi convocado em razão dos casos de aftosa ocorridos no Paraguai em setembro deste ano, e reúne representantes do setor público e privado de Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai até o final da tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. De acordo com Guilherme Marques, presidente da Cosalfa e diretor do Departamento de Sáude Animal do Ministério da Agricultura (Mapa), entre as mudanças está a necessidade de fortalecer o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), para que atue de forma mais próxima nos países tão logo exista qualquer rumor de foco. Atualmente, a entidade precisa ser convidada pelos países para enviar técnicos para analisar a situação. “É preciso que isso já seja autorizado antes”, defende. O foco no Paraguai é um exemplo disso. Embora tenha sido notificado em 19 de setembro à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), os epidemiologistas dos países do Comitê Veterinário Permanente do Mercosul (CVP) foram ao Paraguai apenas nesta quinta-feira, 1 de dezembro. Antes disso, em outubro, representantes do Panaftosa estiveram em reuniões somente na capital do País. A atuação mais próxima tanto da OIE quanto do Panaftosa também é necessária, segundo Marques, “para que os inquéritos epidemiológicos mostrem o que realmente está acontecendo no campo”. “O que a gente quer é buscar soluções imediatas e também de médio e longo prazo que gerem confiança de que a doença não torne a ocorrer em áreas consideradas livres”, salienta. Um dos focos do CVP na missão ao Paraguai é buscar o “berço” do vírus e as condições que permitem sua manutenção. “É necessário enfrentar o problema para não sermos surpreendidos por novos casos. Temos que buscar estes nichos e combatê-los com vacinação e vigilância intensiva”, argumenta. A meta brasileira é erradicar a doença em 2013, data considerada factível por Marques. A meta anterior do PHEFA era 2009. “Isso não ocorreu uma vez que países com estrutura menor precisavam ser fortalecidos e apoiados. E isto está sendo feito com o Equador e a Venezuela, por exemplo”, esclarece. Desde 1973, quando foi criada, já foram realizadas 38 reuniões ordinárias da Cosalfa. Este é o quarto encontro extraordinário realizado no período. FONTE: Beef World
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