Volume de exportações de carnes diminui, mas faturamento aumenta em 2011
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no início de dezembro que, entre setembro e outubro deste ano, a produção no setor de alimentos teve uma queda de 5% com relação ao mesmo período do ano passado. O órgão atribui a redução à dificuldade na exportação de carnes e açúcar. Gabriela Tonini, coordenadora técnica da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), confirma que as exportações de carne bovina tiveram queda em 2011. Em 2008, o País exportou 1,828 milhão de toneladas, em 2009, esse número caiu para 1,611 milhão de toneladas e, em 2010, chegou a 1,546 milhão de toneladas. “De janeiro a novembro deste ano, o volume exportado foi de 897 mil toneladas”, diz. Mas um dado chama a atenção: apesar da redução no volume, o faturamento teve aumento de pouco mais de 23% entre janeiro e novembro de 2011. “Exportamos um volume menor, mas lucramos mais. E isso só aconteceu porque a carne brasileira está mais valorizada no mercado externo”, explica. Ela revela que o motivo para a elevação no faturamento foi a alta no preço do boi, resultado do aumento dos custos de produção internos. “O aumento é resultado de um conjunto de fatores e faz com que o preço médio pago pela tonelada de carne esteja agora 24% maior do que o registrado em 2010”, diz. Gabriela conta que de janeiro a novembro as exportações de carne bovina já alcançaram US$ 4.39 bilhões, que dá uma média de US$ 4.900 por tonelada. Frango Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Ubabef), diz que novembro foi um mês surpreendentemente positivo para o setor, considerando que o volume exportado aumentou em 12% com relação ao mesmo período do ano passado. “Isso demonstra que, mesmo com dificuldades, é possível ampliar a possibilidade de comercializações”, afirma Turra. Ele comenta que o setor adotou a filosofia de se abrir ao máximo os mercados, pois em períodos de crise é normal que um mercado ou outro seja mais afetado. “Para se precaver, você tem que ter muitas opções”, garante. Apesar do aumento no volume exportado, o Brasil diminuiu em 60% as vendas de carne de frango para a Rússia. Turra explica que a queda na demanda aconteceu porque o governo daquele país adotou medidas de proteção a favor dos produtores locais. Ele afirma que a Rússia não tem motivos técnicos, de saúde ou de qualidade para bloquear a entrada da mercadoria brasileira. “Os embargos aconteceram para proteger os produtores locais. Por pressões desse segmento, o país toma medidas muitas vezes injustas contra Brasil”, fala o presidente da Ubabef. Apesar das restrições contra a carne de frango, a Rússia é um dos principais compradores de carne bovina do Brasil, segundo Gabriela. “Exportamos atualmente para 140 países e 20% do que é comercializado tem como destino a Rússia, um mercado muito importante. O setor tem todo o interesse em manter essas portas bem abertas”, afirma. Gabriela diz que o Brasil tem condições de atender a países que optam por carne para industrialização, e também nações que preferem carnes nobres e miúdos. “A diversificação não garante tranquilidade, mas evita o apavoramento que acomete países que dependem só de um mercado ou outro”, finaliza. FONTE: Terra/ Ógui
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