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29/12/2011
Desafio é produzir cortes bovinos com certificação de qualidade


A pecuária brasileira está aprendendo com outros países que conseguiram se posicionar de maneira diferenciada no mercado global.

Cada um à sua maneira, Estados Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai, por exemplo, criaram e cultivam verdadeiras grifes que os identificam, conquistam clientes, agregam valor -traduzido no melhor pagamento pelo produto- e sensibilizam os consumidores.

Tendo como base as raças bovinas de origem europeia (bos taurus), esses países estão hoje entre os maiores exportadores de carne vermelha do mundo.

EUA e Austrália dividem com o Brasil a liderança em termos de quantidade. O Uruguai é um exportador nato, tendo até abertura de venda para os EUA -desejo antigo da pecuária brasileira.

Já a Argentina, que sempre foi um "player" importante, hoje está mais voltada para o atendimento da demanda interna, muito por conta de definições do seu governo.

A conquista do mercado global não é um processo imediatista. Requer tempo, disposição, investimento em marketing e em qualidade.

A carne brasileira é, entre a dos países citados, a de pior remuneração internacional. Assim, o país é líder em quantidade, porém oscila quando o indicador é a receita obtida na exportação.

Um dos motivos mais evidentes dessa dificuldade de a carne brasileira alcançar melhores preços no exterior é a falta de padrão. É histórica a reclamação dos traders de que nosso produto varia em termos de maciez e de teor de gordura.

Recentemente, até a questão ambiental tornou-se relevante. Os compradores querem saber onde foi criado o gado, em que condições, qual sua alimentação, detalhes do manejo etc. Mesmo tendo como característica principal a criação a pasto, temos de provar ao mundo que a carne não provém de animais do bioma amazônico.

Nesse cenário, ganha importância a certificação de origem e de qualidade. Trata-se de um processo que ainda engatinha no Brasil. Mas há bons exemplos de programas de entidades de classe, de raças e até de indústrias frigoríficas. É pouco se considerarmos o tamanho da pecuária brasileira.

Os números oscilam de acordo com a fonte, mas se estima que o abate anual no Brasil fique entre 42 milhões e 45 milhões de cabeças de gado. Talvez nem 5% desse total provenha de iniciativas devidamente certificadas.

Mas é um começo, e quem investe em certificação de origem e de qualidade reconhece que esse é o caminho para a valorização da carne, para o ganho do pecuarista e para a confiança do consumidor.

O consumidor sai ganhando, pois a carne é produzida segundo critérios bem definidos. O pecuarista também tem benefícios, já que recebe até 12% a mais do que o preço-base da arroba do boi gordo. Além disso, as raças ganham mais visibilidade. Todos os envolvidos ganham.

Está aí mais um desafio para a pecuária brasileira enfrentar e vencer. Os programas de certificação existentes mostram o caminho, mas é preciso avançar ainda mais.

O objetivo é nobre: remunerar melhor a cadeia produtiva e oferecer alimento de melhor qualidade ao consumidor, ganhando mais condições de valorização no mercado internacional.

FONTE: Notícias Agrícolas


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