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06/02/2012
A grande política da bovinocultura de corte brasileira


A bovinocultura de corte brasileira sempre soube acompanhar o crescimento da demanda de carne no mercado interno. Tenta também exportar, embora sofrendo embargos comerciais a todo o momento. Nem sempre, ao atender o mercado, obtém lucro em função da oferta excessiva denominada de ciclo pecuário, entretanto nunca houve falta de bois para abate.

A grande política consiste então em ajustar a oferta, evitando a super-oferta em determinados momentos do ciclo da pecuária de corte, para que alcance viabilidade econômica suficiente para investir em qualidade do plantel e dos pastos.

A grande política consiste também em centrar esforços na melhoria do plantel visando a diminuição da idade de abate, evitando que ocorram prejuízos de tempo em tempo no ciclo do boi. De nada adianta usar da pecuária intensiva na melhoria produtiva se, em dado momento, o aumento da oferta abarrota o mercado de bois.

A grande política deve prever simbolicamente que, para cada dez mil reais em faturamento, devem ser reservados R$ 500,00 (quinhentos reais) para a compra de fertilizantes para a pastagem; já que o ambiente produtivo das pastagens está ou em solos ácidos e/ou com limitações químicas no solo.

As reservas florestais exigidas por lei reduzem o quantitativo bovino com qualidade natural a pasto. Aliás, o grande trunfo comercial brasileiro. Essa diminuição deve ser observada no planejamento, quando situado no Domínio de Florestas e Campos Meridionais, entre 20% a 50% da área total de produção de carne. Qualquer compromisso assumido, no chamado sustentável, pode diminuir o correspondente no renovável, os pastos. Não será exagero dizer que a queda pontual média do plantel atinja 30% no referido domínio ecológico. Naturalmente, há muito tempo, muitos já têm definidas tais áreas florestadas; daí então o impacto parece ser menor, amortizado no tempo.

Mas, em todos os casos, se deve considerar, nos custos da produção, a fração da terra reservada para florestas como se fosse uma área arrendadas para pecuária.

Na verdade deve-se engrossar os itens de custos para se fazer frente à diminuição da oportunidade produtiva. Quando estabelecer o valor da carne bovina, o produtor deve adicionar esse montante destinado à preservação florestal.

Diante dessa análise, a intensificação produtiva no cocho é uma saída que muitos propõem. Mas quando a mesma transpõe o uso de resíduos e subprodutos agrícolas, a área ocupada para produção de grãos, a necessidades de parque de máquinas e os insumos, inclusive os importados, precisam ser contabilizados na produção. Há que ser considerado o preço de mercado, a comparação com a produção de outras proteínas animais e a localização logística. Deve-se também avaliar a necessidade de grãos para produzir determinada unidade de proteína animal, o acréscimo de área de grãos, o tempo, o custo total e o valor do produto.

As áreas promovidas há muito tempo pelo Estado na ocupação e conquista territorial por projeto consolidado de colonização ou de aumento subsidiado da fronteira agrícola, caso ocorram penalidades, para contrapor, devem ser previstas na Grande Política, como instrumentos de defesa e diminuição de plantel, guardadas as liberdades individuais, até que as ameaças cessem.

Dessa forma, passa a ser delineada a Grande Política da Bovinocultura de Corte Brasileira, diante das incertezas vindas de fora da porteira. É claro que muitos não vão entender esse intento, e a Grande Política redundará em fracasso.

No terceiro quadrimestre de 2011, a oferta de bois para abate atendeu plenamente a demanda, inclusive refluindo os preços de mercado no fim do mesmo. Dessa forma, não existem evidências da necessidade de aumentar a oferta de animais para atender a demanda, tanto internamente como na exportada. Mas, diante da corrente contraria à pecuária a pasto, deve-se cuidar melhor do ambiente produtivo, sem aumentar o plantel bovino. Isso parece ser uma boa norma e, como já foi exposto anteriormente, deve ser usada para estabelecer a Grande Política da Bovinocultura de Corte Brasileira. Autor: Celso de Almeida Gaudencio.

FONTE: BeefPoint


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