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13/02/2012
Diretor do MAPA recebeu R$ 600 mil de frigoríficos


Dois meses depois de assumir cargo no Ministério da Agricultura, empresa do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, se beneficiou de um acordo judicial de R$ 660 mil fechado com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). O valor foi pago para colocar um ponto final no litígio envolvendo as Organizações Veterinárias São Francisco — firma utilizada por Luiz Carlos de Oliveira para fechar o contrato de consultoria — e a Abiec, associação de empresas frigoríficas de grande porte.

A boa vontade da indústria de carnes com o diretor do Dipoa rendeu frutos para o setor. No fim do ano passado, notas técnicas do departamento do Ministério da Agricultura deram origem a instruções normativas que alteraram o beneficiamento de carnes. Com isso, produtores foram favorecidos em detrimento dos consumidores. Desde 8 de dezembro de 2011, os frigoríficos estão autorizados a acrescentar 1,5% de colágeno e 2,5% de soja na composição da linguiça toscana e 1,5% de colágeno no salame produzido no Brasil.

De acordo com o professor emérito da Universidade Federal Fluminense Elmo Rampini de Souza, especialista da área de tecnologia e inspeção da carne, a adição de colágeno — considerado um subproduto — e da soja lesa o consumidor e o procedimento não deveria ser adotado em alimentos crus, como a linguiça. “A origem do colágeno é o tecido conjuntivo. Salames são produtos nobres, é um produto cru, não deveria ser utilizado tecido conjuntivo em produtos crus, pois reduz a qualidade do produto. Quanto mais colágeno, quanto mais soja, menor a qualidade do produto. Se o colágeno e a soja tivessem o mesmo preço da carne, a indústria colocaria? As empresas querem colocar porque é mais barato”, afirma o professor da UFF.

A assessoria do Ministério da Agricultura informou ao Correio Braziliense que a autorização do uso de colágeno e soja na linguiça toscana e de colágeno no salame se deu “mediante solicitação formal do fabricante” e que a instrução normativa que permite a composição das carnes foi admitida após “diversas instâncias técnicas” e “estudos específicos das áreas técnicas sobre vantagens desses ingredientes para os consumidores em aspectos nutricionais”. Ainda de acordo com o ministério, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os procedimentos e a utilização de colágeno na linguiça e no salame representa uma melhoria nutricional. “A utilização da proteína de colágeno implica em diminuição de teores de gordura e é considerada como uma melhoria nutricional no produto final para o consumidor.” As instruções normativas não falam em substituição da gordura por colágeno, apenas autorizam a utilização do tecido conjuntivo na constituição dos embutidos.

FONTE: Pecuaria.com.br


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