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14/05/2012
Investidor demanda informações precisas sobre o setor


A demanda de investidores interessados em explorar o agronegócio não encontra vazão da porteira da fazenda para dentro. Quem garante é Guilherme Fleury, sócio e diretor responsável pela cobertura do agronegócio do BTG Pactual e um dos conferencistas do seminário "Agronegócio de Futuro", promovido em São Paulo, pelo Valor e Bayer CropScience.

Segundo Fleury, ainda falta nas companhias agrícolas uma gestão financeira mais organizada, investimentos em máquinas e equipamentos, além de equipes capazes de executar planos de crescimento das safras. "Os investidores necessitam de informações precisas para saber onde vão colocar seu dinheiro e qual será a margem de retorno."

Na prática, apesar dos atrativos do agronegócio nacional, como terras disponíveis e condições favoráveis de clima e solo, há uma demanda reprimida de investidores privados e do mercado de capitais. Os fundos privados têm munição para investir no setor, mas não encontram empresas preparadas para abarcar uma nova fase de crescimento, com sócios investidores, de acordo com Fleury.
"Há investidores que querem trazer ativos agrícolas para seus portfólios", diz. "Mas a grande pergunta do mercado é qual será a próxima empresa do setor, com um plano de crescimento organizado, pronta para entrar na bolsa. Há uma grande dificuldade de encontrar organizações com esse perfil", avalia Fleury.
 
O setor ainda tem pouca representatividade na BM&FBovespa, com menos de 1% do valor total das empresas listadas no pregão, em comparação a 19% da área financeira e 17% do segmento de óleo e gás. Entre 2005 e 2007, apenas 2% do total levantado na bolsa foram para o agronegócios.
 
Para mudar esse cenário, é preciso governança financeira e um maior conhecimento do potencial do agronegócio brasileiro, por parte dos investidores estrangeiros. A segunda metade do problema está mais perto de ser resolvida. "Quando começamos, os fundos desconheciam até o funcionamento de uma fazenda", lembra Fleury. Hoje, entre os principais investidores de companhias abertas do agronegócio nacional estão fundos do Reino Unido, Qatar e EUA, com negócios em empresas como Cosan e SLC Agrícola.
 
Na área de fundos de capital privado, o cenário é mais positivo. Em 2011, mais de 80 transações de private equity foram concluídas no Brasil. O agronegócio foi o terceiro setor em volume, com 15% do total de recursos. Em comparação, a área de serviços ficou com 16,3% do bolo e a participação do mercado de TI e telecomunicações bateu nos 33,8%.
 
Segundo o diretor do BTG Pactual, os principais questionamentos dos investidores, antes de colocar a mão no bolso, dizem respeito a gargalos de infraestrutura, escoamento da produção, definição de regras para o investimento estrangeiro em terras agrícolas e o novo Código Florestal. A melhoria de aspectos de governança e de gestão financeira também pode ajudar a destravar os aportes.

Na área de mecanismos de financiamento, o crédito rural, criado em 1965, começa a dar espaço a opções mais sofisticadas, como os títulos do agronegócio, emitidos por indústrias, cooperativas ou empresas de capital aberto. Voltados a negócios de maior renda, ampliam o acesso do campo ao crédito e servem de alternativa ao empréstimo tradicional. Incluem certificados como o de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) e o de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Uma das vantagens do sistema é que os compradores dos papéis são isentos de Imposto de Renda. "A agricultura demanda tecnologia e sempre vai precisar de mais capital de giro", diz Ademiro Vian, diretor adjunto de financiamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O CRA, criado em 2004, e considerado um "primo" dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), está ganhando espaço nesse terreno. Em 2011, até novembro, foram emitidos R$ 318 milhões, um crescimento de 622% em relação a 2010.

FONTE: Brasil Agro


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