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22/05/2012
Paraná tem 2 milhões de hectares de pastagens subaproveitadas


As áreas de pastagens degradadas do Paraná – que somam 2 milhões num total de 5 milhões de hectares de pasto – devem passar a dar lucro nos próximos anos. Diante da baixa eficiência produtiva, as cooperativas, associações e órgãos públicos ligados ao agronegócio estão estimulando a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILP-F). O esforço conjunto promete mudar a paisagem nos campos paranaenses.
 
Atualmente, o estado tem média de 0,4 cabeça de gado por hectare, número considerado extremamente baixo para os padrões comerciais – o mínimo para que a propriedade tenha lucro é 1 cabeça por hectare. A promessa dos especialistas é que a técnica revolucione o campo na próxima década.
 
“Precisamos intervir nesta realidade [solo degradado]. A técnica [ILP-F] mantém o solo coberto o ano todo, o que é uma solução, por exemplo, para os 105 municípios da região do Arenito Caiuá, onde o solo é frágil e o clima é bom”, diz o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara.
 
Considerado recente, o sistema de integração é adotado em 300 mil hectares de pastagens no estado, segundo o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Essa seria a maior área de ILP-F do país. Minas Gerais, com cerca de 100 mil hectares, ocupa a segunda posição, seguido de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia e Pará.
 
“Em cinco anos, é possível ultrapassar os 500 mil hectares”, garante Ortigara. A ILP-F é mais comum nas regiões Centro-Oeste e Noroeste do Paraná.
 
O presidente da Cocamar, de Maringá, no Norte do estado, Luiz Lourenço, avalia que a pecuária pouco especializada não gera a renda para se sustentar e defende que ILP-F pode multiplicar em até oito vezes o faturamento do dono da fazenda. ”O sistema vai mudar a agricultura brasileira, principalmente para pecuaristas com baixa produtividade. Essa é a principal bandeira da Cocamar para os próximos anos.” A cooperativa conta com 40 produtores associados utilizando a técnica.
 
Desenvolvido há 15 anos pela Embrapa no Paraná, o sistema amplia a renda com o aproveitamento das pastagens degradadas para produção de gado no inverno e de grãos no verão. Uma parte da área também pode ser destinada à plantação de florestas de eucaliptos.
 
Foi o que fez o agricultor Mauro Maciero na sua fazenda de 270 hectares no município de Santo Inácio (Norte). Antigamente, a área era de algodão, até que o declínio da cultura e a falta de mão de obra obrigaram o proprietário a passar para a pecuária. Maciero chegou a ter 635 cabeças de gado, que foram reduzidas a 330 por conta do solo degradado. Em 2011, resolveu apostar na integração. Destinou 40 hectares para o plantio de soja, que resultaran em 2,6 mil quilos/ha, e 7 hectares para cultivo de eucalipto. Os primeiros resultados já permitiram recuperar o investimento inicial de R$ 20 mil. “Se não fosse a integração, eu seria obrigado a arrendar a terra para a cana-de-açúcar”, supõe.
 

O jornalista viajou a convite da Cocamar.

 


Desconfiança ainda impera

Apesar dos bons resultados alcançados nas áreas de teste, a adesão ao sistema Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILP-F) ainda é pouco expressiva. A explicação está na resistência por parte dos agricultores, que veem na técnica uma mudança de rotina relativamente grande.
 
“A necessidade de investimento e a tecnologia complexa ainda apavoram um pouco os agricultores”, ressalta Luiz Lourenço, presidente da Cocamar. A cooperativa de Maringá tem realizado fóruns sobre o tema. Técnicos da empresa também visitam as propriedades dos associados com o objetivo de difundir a tecnologia e esclarecer eventuais dúvidas. Grupos de agricultores são levados a fazendas que utilizam o ILF-P para apresentação de resultados. Mesmo assim, a expansão do sistema ocorre lentamente.
 
“Nacionalmente, o processo ainda está se estruturando. Mas, a aceleração da implantação da técnica será por meio das cooperativas. Existe uma pressão muito grande para qualificação da pecuária, principalmente pela agricultura que está crescendo bastante”, aponta Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag).
 
A Secretaria da Agri­cultura e do Abaste­cimento (Seab) do Paraná também está realizando um trabalho em paralelo para aumentar a área de ILF-P no estado. O órgão capacita cerca de 180 profissionais que poderão dar assistência técnica aos pecuaristas interessados no sistema.
 
“O grande obstáculo é o pecuarista e o agricultor entenderem o sistema. Estamos formando um novo contingente para recompor o quadro de funcionários ainda neste ano”, diz o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara.
 
Outro fator que deve con­­­tribuir para o aumento da área com a integração é a facilidade de crédito. O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), criado em 2010 pelo governo federal, libera recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis, caso do sistema ILP-F. A linha de crédito liberou R$ 700 milhões em 2012, sendo R$ 118 milhões para agricultores paranaenses – São Paulo é o estado que mais utiliza o recurso, com R$ 140 milhões. A meta é alcançar a cifra de R$ 850 em empréstimos até junho, quando termina o período de adesão.

 

FONTE: Agrolink, com informações da Gazeta do Povo


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