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20/07/2012
Conjuntura do novilho precoce no Paraná


 O termo novilho precoce tem sido usado para designar animais abatidos jovens, ou seja, bovinos machos, castrados ou não, e fêmeas com idade de até 24 meses ou até dois dentes, com gordura de cobertura uniforme e com o peso de carcaça pós-abate de, no mínimo, 225 e 180 quilos para o macho e para a fêmea, respectivamente, segundo a Resolução n.º 070/2006 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR).
 Mesmo se tratando de um produto com características próprias, em muitos casos, os pecuaristas acabam recebendo o mesmo preço para carcaças de diferentes idades. Com o intuito de encontrar uma saída para esta situação, o modelo de organização dos produtores rurais em alianças mercadológicas vem ganhando cada vez mais força no estado do Paraná. Tal aspecto de organização busca atender ao dinâmico gosto dos consumidores, que cada vez mais desejam consumir produtos industrializados que disponham de qualidade assegurada, rastreabilidade e sistema de produção confiável. Procura também reorganizar o sistema de produção, conquistar e gerar a manutenção de novos mercados e principalmente, obter certo reconhecimento do consumidor final.
 Dentre os benefícios e as peculiaridades advindas deste sistema, a produção de novilho precoce busca a obtenção de uma carne de melhor qualidade, aumento da produtividade e melhora na eficiência do empreendimento, além de promover a liberação das pastagens mais cedo para outras categorias.
 No intento de contribuir com o desenvolvimento deste mercado, servindo de balizador para as transações entre os agentes que atuam nesta cadeia, o Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná tem divulgado - assim como vem sendo feito com os indicadores do bezerro e da arroba do boi gordo - semanalmente, o Indicador de Preços da Arroba do Novilho Precoce para o nosso estado.
 De acordo com as análises realizadas pelo LAPBOV/UFPR no período de maio de 2011 (mês de início da construção do indicador) a maio de 2012, verificou-se que o indicador LAPBOV/UFPR do novilho apresentou uma cotação média de R$ 102,47/@ enquanto que os preços da novilha apresentaram média de R$ 97,29/@, em termos reais.
 Durante o período analisado, as cotações do novilho precoce apresentaram uma retração de 2,3%, enquanto que para a novilha a desvalorização foi de 2,6%. A menor média mensal de preços para a arroba da novilha ocorreu em julho de 2011, sendo cotado a R$ 94,84/@ (Figura 1). Preços menores são observados no primeiro semestre do ano, caracterizando o período de safra, onde a disponibilidade e qualidade de forragens são maiores e como consequência há maior oferta de animais para abate.

Figura 1.  Preços reais do novilho e novilha precoce, em R$/@, no período de maio de 2011 a
                maio de 2012.
Fonte: Dados calculados pelos autores com base em LAPBOV/UFPR, 2012.

Nos meses de setembro a dezembro, o indicador LAPBOV apresentou a maior alta de preços do período, tanto para o macho quanto para a fêmea. O pico de preço para ambas as séries analisadas ocorreu no mês de dezembro, com a arroba do macho sendo cotada a R$ 106,80 na semana do dia 09/12/2011 a 15/12/2011. Para a fêmea, o maior valor ocorreu na semana de 02/12/2011 a 08/12/2011, com a arroba atingindo o patamar de R$ 103,04. De novembro e dezembro, os preços acumularam uma valorização média de 2,5%. Esse fortalecimento das cotações foi decorrente da restrição de animais prontos para o abate devido a uma menor disponibilidade de forragem (período conhecido como entressafra). Além disso, nessa época do ano, a demanda interna por carnes fica mais aquecida devido às festividades de final de ano.
 O ano de 2012 iniciou com forte queda em relação à precificação. A arroba do novilho teve a média cotada a R$ 103,22 em janeiro, demonstrando declínio de R$ 2,84/@ e variação negativa de 2,7%. Para a fêmea, o preço médio da arroba foi de R$ 97,29/@ demonstrando declínio de aproximadamente R$ 4,60/@ e variação negativa de 4,5%. Nos meses subsequentes, os preços permaneceram em torno de R$ 101,60/@ e R$ 96,80/@ para o macho e fêmea, em média, respectivamente.
 Ao longo dos 12 meses, verifica-se comportamento semelhante nos preços praticados para macho e fêmea. A taxa de crescimento média do preço no período foi negativa de 0,2%, tanto para o novilho quanto para a novilha. Houve uma queda real nos preços recebidos pelos pecuaristas durante o período analisado. A diferença observada entre as séries de preços do novilho e da novilha precoce ficou próxima dos R$ 5,20.
 Comparando-se com o preço da arroba do boi gordo, o valor da arroba do novilho precoce no mês de maio foi, em média, 6,8% maior. Já a novilha precoce apresentou diferença média superior de 14,3% em relação à cotação da vaca gorda. Levando-se em conta o período analisado, de maio de 2011 a maio de 2012, a arroba do novilho e da novilha precoce apresentaram preços reais, em média, R$ 5,35 e R$ 8,17 maiores do que os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda, o que corresponde a uma diferença de 5,5% e 9,2%, respectivamente. Isto evidencia o trabalho feito pelas alianças mercadológicas, que procura remunerar o produtor a preços melhores na busca por um animal diferenciado.
Espera-se que preços mais elevados sejam vistos no último trimestre do ano. A alta nos preços é decorrente, em grande parte, à redução significativa na oferta de animais terminados, devido, entre outros fatores, à escassez de pastagem observada neste período. Assim, a tendência é de que os preços sigam comportamento semelhante ao observado no ano anterior.

AUTORES: Equipe Lapbov (Gustavo Henrique Pedroso Santos; Andreia Karina Mariani; Guilherme Wolff; João Batista Padilha Junior; Paulo Rossi Junior)


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