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20/08/2012
Paraná forma primeira turma para novo sistema agropecuário


O Paraná formou na última quinta-feira (16) a primeira turma de profissionais das Ciências Agrárias que serão os multiplicadores das tecnologias do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, técnica que reduz a emissão de gases de efeito estufa (GEE) no meio ambiente e promove aumento da produtividade e da renda do produtor. A meta do governo do Estado é intensificar a transferência dessa tecnologia para o produtor nos próximos cinco anos, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
 
A solenidade de conclusão do curso contou com a participação de cerca de 300 pessoas e foi precedida de uma dia de campo, realizado na Estação Experimental do Iapar, em Ponta Grossa, onde foram demonstradas as tecnologias possíveis de serem implementadas no Estado. Foram habilitados 130 engenheiros agrônomos que fizeram um curso de 112 horas em várias regiões do Paraná e que agora estão aptos a difundir essa tecnologia que integra o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do governo federal.
 
O plano ABC corresponde a um compromisso assumido pelo governo brasileiro com a comunidade internacional de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Com isso, grande parte do crédito disponível para investimentos no Plano Safra 2012/13 vai atender aos projetos que desenvolvem as técnicas do plano ABC e a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta é uma delas.
 
Como no Paraná, a meta do governo federal também é intensificar a transferência dessa tecnologia em todo o País, ajustando a meta de aliar a produção agrícola com sustentabilidade. O sistema é ideal para aumentar a produtividade das áreas de pecuária de corte que encontram-se degradadas, o que é um sério problema a ser enfrentado no Estado, disse o secretário Norberto Ortigara.
 
De 2003 para cá, o rebanho de pecuária de corte no Estado reduziu em um milhão de cabeças, passando de 7,5 milhões em 2003 para 6,5 milhões de cabeças no ano passado. Segundo os técnicos, as áreas ocupadas pela pecuária de corte bastante degradadas foram ocupadas pelo avanço das lavouras de grãos, da cana-de-açúcar e reflorestamentos.
 
De acordo com o secretário, a oportunidade para difusão do conhecimento e implementação dessa prática nas propriedades rurais é única, considerando que a tecnologia é viável para a pequena propriedade, o dinheiro disponível para os financiamentos é barato, com juros negativos, e o governo vai agora se empenhar em formar mão de obra para dar assistência técnica e orientação no campo.
 
A dificuldade de mão de obra especializada é o grande entrave para difusão dessa tecnologia no País, disse o secretário nacional de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, que participou do dia de campo. “Felizmente o Senar-PR se uniu aos institutos de pesquisa do Estado para formular esse curso, primeira etapa para fazer chegar essa tecnologia ao campo”, afirmou. Chandoha falou da importância da assistência técnica em implementar essa tecnologia porque o produtor também tem que estar preparado para colocar o sistema em prática, ressaltou.
 
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Senar, Ágide Meneguette, o Paraná não pode mais viver com práticas agrícolas à moda antiga, mas sim mudar de padrão se quiser continuar exercendo a liderança na produção de alimentos. “Esse sistema é muito viável no Paraná, moderno e adaptável à estrutura fundiária do Estado onde predomina a pequena propriedade. Tenho certeza que esse caminho é correto e que os produtores têm muito a ganhar com essa tecnologia”, acrescentou.
 
Mas isso não basta, disse Meneguette. Segundo ele, o produtor rural tem que aplicar as técnicas modernas aliadas a um processo de gestão da propriedade, onde o profissionalismo deve predominar. Disse que o Senar-PR já formou mais de 20 mil agricultores paranaenses em empreendedorismo rural, justamente para que o agricultor aprenda a aliar a aplicação dos recursos em investimentos viáveis e que proporcionem renda.
 
DIA DE CAMPO - A estação experimental do Iapar, em Ponta Grossa, que foi palco do dia de campo, vem acompanhando o sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta desde 2006. Dos 2.732 hectares de área total da fazenda, cerca de 100 hectares estão ocupados para demonstração prática desse sistema, com a execução em parceria de técnicos do Iapar e da Embrapa Florestas.
 
Durante o dia de campo, foram comemorados os 100 anos de existência da fazenda, que pertence à Embrapa. Nessa localidade, o Iapar desenvolve suas pesquisas com lavoura de grãos, acompanhamento da pecuária de corte e agora, com reflorestamento.
 
As turmas que participaram do dia de campo visitaram quatro estações: Sistemas Integrados, conceitos gerais; Sistema Agrossilvipastoril; Sistemas Silvipastoris e Adaptação de Forrageiras e Conservação de Solos.
 
Na estação do Iapar, em Ponta Grossa, o sistema ainda está em fase de avaliação. Mas é possível antecipar que a pecuária nesse sistema pode ser desenvolvida em áreas menores, com ganho de peso considerável e redução da emissão de gás metano. O ganho de peso dos animais avaliado nesse sistema é de cerca de 800 gramas por dia, além de aumento de 5% na produtividade da soja e outros 5% na produtividade do milho.
 
Outro benefício é a redução nos custos da produção. O sistema demonstrou que é possível reduzir de 20% a 30% no uso de adubo, calcário, herbicidas, inseticidas e fungicidas nas lavouras.
 
O dia de campo contou com a participação do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, do secretário nacional de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Erikson Camargo Chandoha; do presidente da Faep/Senar, Ágide Meneguette, do chefe geral da Embrapa Florestas, de Colombo, Helton Damin da Silva, dos diretores presidentes do Iapar, Florindo Dalberto; e do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann.

FONTE:Beefworld


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