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26/10/2012
Rabobank: baixa oferta global de carne bovina suportará preços da carne suína em 2013


O Rabobank deixou em seu último relatório, expectativa de que os preços globais da carne suína permanecerão sob pressão na primeira parte do quarto trimestre deste ano, seguida por uma recuperação nos preços no final do ano e começo de 2013. Essa recuperação começará quando a oferta aumentar por causa do alto abate e redução do rebanho induzido pelo alto preço dos grãos.

Os preços globais da carne suína deverão permanecer fortes em 2013, direcionados por cortes na produção causados pelo maior custo dos alimentos para animais e maior custo relacionado ao bem-estar animal na Europa. Como sempre, as importações da China continuam sendo uma dúvida, mas com a recente expansão do rebanho (apesar da baixa lucratividade) e com as características ambientais, o Rabobank não espera atualmente um amplo aumento nas importações em curto prazo.

As consequências da pior seca nos Estados Unidos em quase um século foram maiores devido às secas na América do Sul e Rússia. Isso resultará em proporções historicamente baixas de estoque para colheitas de alimentos para animais e altos custos por pelo menos nos próximos 12 meses. A demanda por  grãos será dividida entre produtores de biocombustíveis e indústrias de proteína animal, incluindo a indústria de carne suína. Uma continuação na escassa oferta global de carne bovina também fornecerá uma proteção de preços para a carne suína.

Pode-se dizer que o setor global de carne suína está passando por um dos anos mais turbulentos da história, com movimentos contrastantes de preços entre as regiões produtoras globalmente. Por exemplo, no final do terceiro trimestre, os preços tiveram grande queda nos Estados Unidos, Canadá e Coreia do Sul devido à combinação de uma oferta relativamente grande (sazonal) após um verão muito quente e começo de aumento dos abates  visando limitar as perdas dos produtores de suínos como resultado do alto custo da ração aniaml.

Em contraste, os preços fortaleceram no Brasil e na União Europeia (UE). No Brasil, os preços aumentaram devido à redução na oferta após a liquidação do rebanho, combinado com sazonalidade normal. Na UE, a baixa lucratividade nos últimos anos, combinada com novas regulamentações proibindo gaiolas de gestação – efetivas em 1o de janeiro de 2013 – direcionaram forte abate, com a população de animais  caindo 3,9%. Além disso, a demanda de exportação do Brasil e da UE permanece forte, por causa do valor relativamente baixo de suas respectivas moedas.

Consequentemente, o índice de preços de suínos em cinco nações levantadas pelo Rabobank declinou em setembro, após aumentar desde maio. Além disso, as exportações de carne suína norte-americana sofreram pressão contrária pela força relativa do dólar dos Estados Unidos e do dólar canadense comparado com as moedas de outras nações exportadoras de carne suína, mas as exportações permaneceram fortes em julho.

Os altos custos dos alimentos para animais desencadearam outra rodada de consolidação a nível de fazendas. Dois dos maiores produtores de suínos entraram com pedido de proteção contra falência em setembro. Isso poderia causar desafios na oferta para frigoríficos em alguns mercados.

Um importante fator desconhecido para os preços em 2013 será o impacto da situação econômica sobre demanda. A fraca economia da Europa à China podem impactar no quanto os consumidores estão dispostos a pagar pela carne suína. O maior grau de elasticidade na tendência de preço será em mercados em desenvolvimento, onde as rendas estão em baixos níveis. O balanço entre oferta escassa e ambiente econômico difícil resultará em preços recordes da carne suína. Questões de doenças como sempre terão um papel, como a contínua expansão da febre suína africana na Rússia. Tendências divergentes de preços em importantes mercados foram a característica distintiva do comércio global de carne suína no terceiro trimestre. Claramente, os ciclos de produção não estão sincronizados globalmente. Isso cria oportunidades para aqueles com compras flexíveis e operações de vendas.

Indústria

O alto custo da ração animal já provocou problemas a nível primário com dois dos maiores produtores de suínos no Canadá, Big Sky Farms e PuratoneCorp., que juntos produzem cerca de 1,5 milhão de suínos por ano, entrando em liquidação no final de setembro. Essas companhias não foram capazes de lidar com perdas alcançando C$ 50 (US$ 50,33) por suíno por semana como resultado dos maiores custos da ração animal e da queda rápida de preços dos suínos na América do Norte nos últimos meses. Pode-se esperar que esses exemplos são apenas uma pequena porcentagem das fazendas que tiveram problemas em lidar com os custos voláteis dos alimentos para animais.

O fraco desempenho de companhias chinesas tem chamado a atenção do mercado financeiro de proteína animal, que caíram 30% neste ano. Parte disso está relacionado à queda de valores de ações e também ao ambiente desafiador que tem levado a baixos lucros.

A redução da lucratividade da produção de carne suína claramente causará redução de produção nos próximos 6 a 12 meses, que desafiará os frigoríficos e processadores. Gerenciar isso exigirá disciplina da indústria. Essa tendência já pode ser observada na União Europeia, onde o aumento dos preços da carne suína podem ser parcialmente repassados à cadeia de valor.

FONTE: BeefPoint


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