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16/11/2012
Preço real e preço nominal. O que o boi tem a ver com isso?


Zootecnista, Prof. Dr. Paulo Rossi Junior

Por Paulo Rossi Junior

Há termos na economia que parecem servir apenas para melhorar a linguagem do apresentador do jornal de televisão. Muitos deles parecem estar distantes do nosso dia a dia e não ter influência sobre nossas atividades financeiras, mas têm.

O pecuarista está acostumado com o preço da arroba, o valor do bezerro, o preço do insumo, o nome do produto para aplicar no gado, e muitas vezes alguns termos que parecem não ter nada a ver com boi e carne, estão influenciando sua atividade todos os dias.

Dois deles tem me preocupado muito, quanto mais leio e pesquiso; são os tais “preço real” e “preço nominal”. Vou definir com minhas palavras para tentar explicá-los.

O preço nominal é o preço da arroba obtida no mercado através de indicadores de preços. Para os pecuaristas, o preço nominal da arroba do boi do indicador LAPBOV divulgado na última sexta-feira foi de R$ 97,41.
 
O preço real é o preço nominal, aplicadas as devidas correções da inflação em um determinado período. Quando se analisa dados de séries históricas, a esta correção da inflação dá-se o nome de deflacionamento de preços.

O que isso tem a ver com o boi no pasto?
 
Bem, estes dois termos podem ser analisados da seguinte forma. O preço nominal do boi pode estar bom hoje para o pecuarista e sinalizando uma arroba que pode passar de R$ 100,00 (até dezembro a coisa está melhor ainda). Mas se tomarmos uma série de 10 anos e deflacionarmos os preços, será que ele está mesmo aumentando ao longo do tempo? Isto é, o pecuarista está tendo uma valorização da arroba no período como acha que está?

Estudos realizados pelo LAPBOV mostram que no caso do boi os preços reais apresentam uma tendência de queda, mesmo com o aumento dos preços nominais na última década. Um estudo recente com os preços do novilho precoce no Paraná também concluiu que o preço nominal subiu, mas o preço real apresentou-se em queda. Ou seja, o bom valor pago hoje na verdade não subiu como deveria, ou poderíamos dizer, não foi corrigido como parece.

Esta tendência vem sendo observada nas commodities (soja e milho) de maneira geral.  Em suma, o que parece bom não está tão bom assim.
 
Com o aumento do preço dos insumos (e pode ser que estes estejam aumentando a níveis reais este ano) o pecuarista vai ter que se tornar cada vez mais eficiente, aumentando em muito a produtividade, para manter ganhos em níveis aceitáveis pelo capital investido na atividade. Se os valores nominais sobem mais o real não, com o passar dos anos o lucro que parece estar maior na verdade está sendo consumido pela inflação no período.

Vale ficar atento a mais estes termos, pois como sempre digo: “criar boi todo mundo faz, mas será que todos sabem criar boi e ganhar dinheiro, como deveriam estar ganhando?”.

FONTE: Negócios da Terra


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