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27/11/2012
Pecuária: cadê o aumento da demanda? Cadê a redução da oferta?


Se acertássemos sempre nas previsões que fazemos uma coisa seria certa: todo mundo ganharia dinheiro sempre e ninguém perderia dinheiro nunca, o que é impossível no mundo capitalista e na dinâmica da economia no mundo.


Por que estou falando isso? Porque previ aqui um aumento da arroba do boi gordo maior para o final desta entressafra e parece que alguns fatores estão fazendo, como diz um grande pecuarista amigo meu, “o mercado andar de lado”.


Alguns dizem que resta agora aguardar o aumento da demanda de final de ano, comum com a aproximação das festas. Mas qual final de ano? No meu entender ele já está no fim, entrando dezembro não restam mais do que 20 dias, no máximo, de negócios para este ano.


Bem a demanda sobe realmente nesta época, mas também há a “competição” das outras carnes que acabam regulando o mercado.


Resta então perguntar da oferta, o que está acontecendo que esta vem se mantendo tão firme quase todo o segundo semestre? Da onde está saindo tanto animal para o abate?


Se não fosse o aumento das exportações (12% a mais no acumulado até outubro em relação ao ano passado), com uma oferta tão firme, acredito o preço não teria nem se aproximado dos R$ 100,00 a arroba e olha que achávamos que esse ano passaria fácil disso já em novembro.


Será que estamos nos tornando mais eficientes e conseguindo colocar mais animais a venda? Também acho que a resposta não é por aí. Uma coisa é certa, temos reduzido ligeiramente o peso de animais enviados ao abate, o que é muito temerário, pois temos também comprometido o acabamento e consequentemente a qualidade do produto final. Envio de animais mais leves, menor tempo para venda, maior oferta por um tempo.


Outra questão está em cima do abate de fêmeas, que tem se mantido firme nos últimos meses, talvez querendo esboçar um inicio de novo “ciclo pecuário, na fase de baixa”, mas isso também sozinho não explica a “oferta firme”.


Acho que a oferta está em função de um represamento anterior, tanto por falta de pastagens adequadas no último verão, como no último inverno, como uma retenção anterior por parte do pecuarista a espera de preços melhores.


Considerando que os bois das pastagens de inverno já acabaram e os do confinamento também estão chegando ao fim e considerando que as pastagens este ano ainda não atingiram o seu crescimento ideal até agora, pela falta de chuvas mais regulares, resta a expectativa de que tudo isto, junto com o aumento da demanda, possa fazer com que o preço suba um pouco mais, deslocando o pico de preço do ano para dentro do mês de dezembro, o que não seria nada comum.

Isso deve alegrar alguns pecuaristas, mas não a todos, afinal a silagens que já acabaram e os preços do farelo de soja e milho estão altos, e assim não vai ter como, de uma hora para outra, conseguir engordar boi e colocar este animal para venda no mercado.


Quem planejou e está sempre com uma “folga” para oportunidades vai poder, quem sabe, aproveitar um pouquinho mais os preços melhores que estão por vir, quem sabe?

 

Texto de autoria do Professor Dr. Paulo Rossi Junior

FONTE: Negócios da Terra


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