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19/12/2012
Depois dizem que a vaca é louca



Por Paulo Rossi

Depois do susto de que no Paraná havia um animal morrido da “doença da vaca louca” de uma coisa eu tenho certeza, a pecuária brasileira é que anda louca, ou melhor, quem vive, trabalha ou simplesmente acha que sabe tudo dela é que anda louco.

Diga-se de passagem, o Paraná, em termos de pecuária de corte, com tanta coisa para especializar, está ficando especialista em soltar noticias antes da hora, que acabam com nossa cadeia da carne. Acho que precisamos ter um pouco mais de certeza sobre as coisas que impactam nosso setor de forma negativa, falar menos e agir mais.

Mas voltando a “pecuária louca”, acho que no ano que vem vou sair deste ramo de “especialista” do setor, porque está difícil acertar nas previsões.

Como disse em colunas anteriores a oferta ninguém entende mais, deve cair mais sobe, deve subir, mas desce. Assim não tem como fazer previsão de preço, diga-se de passagem, acho que o preço de dezembro, que deveria subir mais, com a oferta como está, vai mesmo é “andar de lado”.

E a loucura da exportação. “Russos devem comprar mais carne nossa”, pronto já começou outra loucura. Nem saiu a primeira carga de exportação e o preço já começou a subir, depois que se viu que isso demora um pouco mais que alguns dias para efetivamente deslanchar, o preço voltou a cair. Para dar uma ajuda na exportação China, Japão e África do Sul também anunciaram embargo à carne brasileira por causa da tal “vaca louca”, mais motivo para o preço cair.

E os insumos, depois da loucura da subida de preços, começam timidamente a cair, só vamos ver onde isso vai parar depois da safra 2012-2013, por enquanto dizer até onde o preço desce é mera especulação.

O pecuarista vive a loucura do custo de produção, os frigoríficos o da venda no atacado, e o consumidor, apesar de ter experimentado uma ligeira redução de preços, ainda tem a carne vermelha como um produto caro na sua mesa.
A carne é cara para quem consome, mas barata para quem produz. Como resolver essa loucura de mercado? Uma coisa é certa: ninguém sabe o que efetivamente ganha todos os elos desta cadeia, nem mesmo a maioria dos pecuaristas sabe o seu custo de produção.

Acho que o remédio para toda esta loucura é simples: uma dose de organização + planejamento + controle técnico e financeiro + domínio do mercado + eficiência + emprego de tecnologia. E se em uma fórmula de remédio pudesse existir o símbolo de menos, acho que essa loucura passaria rapidinho com: menos especulação, menos “achismo”, menos “vou experimentar”, menos gente opinando sobre o que não sabe.

Fonte: Negócios da Terra


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