Trabalhadores protestam e paralisam Porto de Paranaguá
Os trabalhadores portuários cruzaram os braços e pararam as operações do Porto de Paranaguá nesta sexta-feira (22). A paralisação começou às 7h e está prevista até as 13h. O objetivo dos trabalhadores é um manifesto contra a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, que permite a construção e operação de terminais privativos sem restrição de cargas. Em Paranaguá, todas as sete categorias sindicais, além da Cooperativa de Transportes e da Coopadubo, aderiram ao movimento. Os portuários questionam alguns pontos da Medida Provisória (MP) apresentada pelo governo em dezembro de 2012 e que tramita na Congresso Nacional. A MP 595 estabeleceu R$ 56 bilhões de investimentos no setor e definiu alterações na regulamentação do setor. Segundo os trabalhadores, as mudanças permitiriam uma abertura de mercado a novos profissionais não cadastrados no Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), o que traria prejuízos salariais para a categoria. “A manifestação será pacífica. E tem o objetivo de mostrar a força dos trabalhadores parnanguaras aos demais colegas no Brasil. Não somos contra a medida provisória, mas [somos contras] algumas emendas. Não podemos aceitar a construção de novos terminais privativos sem a nossa mão de obra. Essa privatização deixaria o Porto nas mãos de empresas que já dominam a área no Brasil e estão aniquilando os trabalhadores portuários”, disse o secretário do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná, Oziel dos Santos Souza. De acordo com informações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o movimento dos trabalhadores irá prejudicar as operações no Porto. A autarquia está apreensiva com o movimento, uma vez que existe uma programação de navios a serem atracados para carregar ou descarregar produtos e, com uma mobilização desta natureza, haverá atrasos e prejuízos. “Num período em que a movimentação de granéis é grande, por conta do período de safra, paralisações desta natureza podem gerar diversos problemas e prejuízos. Estamos preocupados com as consequências deste movimento, pois o produtor agrícola está no momento da colheita da safra e muito precisa da operação portuária", afirmou o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. "Por outro lado, estamos confiantes que as partes chegarão a um consenso em benéfico para o país”, acrescentou. O superintendente ainda disse que o movimento grevista pode ser um tanto precipitado, uma vez que não se começou a discutir as emendas apresentadas. “Os procedimentos para inicio dos trabalhos da comissão começaram na quarta-feira, e seria razoável primeiramente analisar a condução dos trabalhos da comissão e, em caso de fortes divergências, se justificaria uma manifestação que não necessariamente precisaria ser a paralisação de um sistema logístico tão importante para o país”, afirma. FONTE: Gazeta do Povo
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