O mercado chinês está surgindo com um grande potencial para o comércio internacional de carnes, segundo foi discutido na conferência da Associação de Pecuaristas do Território do Norte em Alice Springs.

De acordo com o analista de mercado pecuário dos Estados Unidos, Don Close, a China conta com 1,3 bilhão de habitantes. Não se trata apenas do rápido crescimento populacional na China, mas também, seu rápido crescimento na renda.

O analista de mercado do Meat and Livestock Australia (MLA), Peter Barnard, usou o exemplo da cidade de Chongquin, com 30 milhões de pessoas na China, para destacar a energia que está ocorrendo no mercado. A renda média dos residentes de Chongquin é de cerca de US$ 3.500 por ano, mas com um crescimento de 10-12% e deverá aumentar para US$ 7.000 por pessoa dentro de sete anos. Algumas cidades na China, como Xangai, agora têm níveis médios de renda per capita próximos àquele nos Estados Unidos.

A tendência não está sendo ignorada por multinacionais, com o McDonald’s abrindo 800 lojas na China desde 2010 e a YUM!, que é dona da Pizza Hut, KFC e Taco Bell, atualmente abrindo um novo restaurante na China por dia.

O Meat and Livestock Australia (MLA) abriu um escritório na China em 2000, quando o comércio era pequeno. Levou algum tempo para o crescimento projetado da demanda se traduzir em maiores exportações de carne bovina da Austrália, mas as exportações a esse mercado estão claramente aumentando agora. A Austrália exportou mais de 30.000 toneladas de carne bovina à China no ano passado e exportou 12.000 toneladas em fevereiro.

Close, do Rabobank, disse que os Estados Unidos estão com  inveja do acesso da Austrália à China pela porta da frente. O país americano está trabalhando com o mercado de Hong Kong, Vietnã e Taiwan, e tendo que entrar com produtos na China pela “porta dos fundos”.

Barnard disse que, embora tenha havido altos e baixos, o comércio com o mercado parece bastante otimista, a Ásia é muito atraente e tem uma grande história para a indústria de carne bovina australiana.

O especialista no mercado internacional de alimentos, professor David Hughues, disse que seu conselho às companhias que buscam exportar carne bovina à China era não somente gastar muito tempo no mercado, mas também, ver Taiwan como um guia sobre como a China crescerá a partir de agora. O consumo de carnes em Taiwan aumentou bastante de acordo com o crescimento na renda, e é o que vai acontecer com a China.

As tendências de consumo de carne chinesa estão se espelhando nas de Taiwan onde a carne suína é a mais popular, seguida por peixe e, então, por frango, com a carne bovina muito atrás. Embora as três carnes brancas dominem Taiwan e China e isso deva continuar assim, Hughes disse que as oportunidades para carne bovina na China são boas, como se poderia esperar em um país com 1,3 bilhão de pessoas e onde a renda está crescendo rápido.

As boas oportunidades para a carne bovina incluem no setor de food service para cortes de luxo do tipo ocidental para pessoas afluentes ou de negócios; no mercado mais amplo de hot-pot para chineses com renda mais limitada que desejam comer com amigos e apreciar carne bovina ou de cordeiro mais barata; também haverá oportunidades modestas no varejo, principalmente para cortes que se adequem ao estilo tradicional da cozinha chinesa.

Se o consumo de carne bovina per capita chinês aumentar em um modesto 1 quilo, isso representa 1,3 milhão de toneladas extras de carne bovina necessárias. Segundo Hughes,  à medida que o governo chinês visa alcançar autossuficiência na produção de carne suína, estaria mais aberto às importações de carne bovina. Quando se lida com um mercado de 1,3 bilhão de pessoas, seja o que for que aconteça na China, isso tem potencial para ter um impacto desproporcional na demanda por carnes.

FONTE: BeefPoint.