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09/04/2013
Parceria com McDonald’s proporciona maior mercado para a raça Angus


De ilustre desconhecida do consumidor brasileiro, a raça de gado Angus se tornou, graças à rede de fast-food McDonald’s, parte da seleção de cardápio da população brasileira. Os mais de 700 restaurantes da cadeia americana recebem no Brasil aproximadamente 1,7 milhão de clientes por dia. Os cartazes explicando os diferenciais da carne e o posicionamento do produto como uma opção premium ao consumidor foram o empurrão que faltava para pôr no mapa a carne Angus no Brasil.

O brasileiro, além de diferenciar os cortes de carne, passou a saber que uma raça diferente de gado poderia influenciar também no sabor e na qualidade do produto, diz Celso Cruz, diretor de cadeia de fornecimento da Arcos Dourados, que administra os restaurantes do McDonald’s no Brasil. Para não assustar o consumidor, conta o executivo, foi necessário apresentar a novidade aos poucos.

Nos últimos 18 meses, as opções de hambúrguer Angus chegaram primeiro ao Sudeste e ao Sul, regiões de renda mais alta, antes de a estratégia ganhar porte nacional. Embora a rede já vendesse hambúrgueres Angus nos Estados Unidos e na Argentina, o diretor da Arcos Dourados lembra que a raça tem participação relevante no plantel desses dois países, enquanto no Brasil quase 100% do gado é Nelore.

A aceitação, no entanto, ficou acima das expectativas, motivando a criação de novas variantes de sanduíches Angus. O hambúrguer da raça antes desconhecida do consumidor já representa cerca de 10% das compras de proteínas da rede de fast-food no Brasil.

A chegada da carne Angus ao McDonald’s é só a face mais visível de uma estratégia da Associação Brasileira de Angus (ABA). A introdução da raça de origem escocesa começou há 11 anos, com alguns empresários que compraram a ideia de que era possível reproduzir gado Angus no País. O passo seguinte, segundo Paulo de Castro Marques, presidente da ABA, foi convencer produtores e frigoríficos a migrar uma parte de sua capacidade para a raça.

Para que a mudança fosse viável, lembra Marques, foi preciso estabelecer um prêmio de preço para o produtor, que hoje pode chegar a 10%. No entanto, só foram cadastrados pela associação produtores que permitiram o controle de seu gado no pasto e frigoríficos que autorizaram o acompanhamento de todas as etapas de produção, do abate à embalagem. Hoje, cerca de 3 mil produtores são associados à ABA e fornecem a 16 frigoríficos certificados em seis Estados, nesta lista está o Marfrig.

No Brasil, a carne Angus é, na verdade, resultado do cruzamento de um touro da raça de origem escocesa com uma vaca Nelore. Ao apostar nesse cruzamento, o produtor também consegue um giro mais rápido para o capital investido, segundo Valdomiro Poliselli Júnior, proprietário da VPJ Alimentos e um dos pioneiros na criação da raça Angus no País. Ele diz que as vacas “mestiças” entram em reprodução com idade entre 12 e 14 meses, enquanto as 100% Nelore só chegariam a esse estágio a partir dos 24 meses. Diante do interesse pela carne Angus, Poliselli Júnior planeja aumentar sua aposta em oferecer cortes especiais da raça no varejo.

Ainda em 2013, ele pretende investir R$ 20 milhões na construção de um segundo frigorífico para dobrar seus abates para cerca de 1,2 mil cabeças por dia. O McDonald’s foi um divisor de águas no nosso negócio, mas ainda há espaço para crescer.

Atualmente, o Brasil contabiliza cerca de 2 milhões de cabeças de gado da raça Angus, o equivalente a 1% do plantel brasileiro, estimado em 200 milhões de cabeças. No entanto, segundo fontes do setor, há limites para o crescimento relativo do Angus em relação ao domínio da raça Nelore no mercado brasileiro.

Embora o Marfrig seja parceiro industrial da ABA e distribua cortes de carne e hambúrgueres congelados de Angus com a marca Seara, a empresa diz que há restrições de clima para uma expansão mais agressiva no País. Segundo James Cruden, presidente da Marfrig Beef, a raça se adapta melhor ao clima frio, o que dificulta sua reprodução em larga escala fora da Região Sul do Brasil. Já o gado Nelore, afirma, é bem mais resistente ao calor.

FONTE: BeefPoint


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