Fernando Cardoso: as inovações em genética serão o grande diferencial da pecuária
No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes. Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles. Confira abaixo, a entrevista com Fernando Flores Cardoso, um dos indicados ao Prêmio BeefPoint Edição Sul, na categoria Professor pesquisador. Fernando Flores Cardoso mora em Bagé – RS. É médico veterinário pela UFPel e PhD em ciência animal pela Michigan State University. Trabalha na Embrapa Pecuária Sul desde 2003, fazendo pesquisas em melhoramento genético animal, buscando identificar animais mais adaptados, produtivos e com maior qualidade de produto no ambiente dos campos sul brasileiros. Essas pesquisas envolvem estudos de interação genótipo-ambiente, metodologia e modelos para avaliação genética, sistemas de cruzamento e comparação entre raças e o uso da genômica e marcadores moleculares no melhoramento dos bovinos. É também coordenador técnico pela Embrapa do Programa PampaPlus da ABHB. BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje? Fernando Flores Cardoso: O maior desafio é manter a sua competitividade frente ao desafio de outras culturas, especialmente a soja, no uso da terra e de outras fontes de proteína animal. Para isso será necessário aumentar a produtividade e agregar valor valendo-se dos diferenciais de ambiente (campos e pastagens) e de clima subtropical, que permite a criação de raças britânicas puras, genética com diferencial de qualidade da carne. BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior? Fernando Flores Cardoso: Precisamos produzir carne de qualidade superior em termos de maciez, sabor e suculência por meio de sistemas de produção ambientalmente sadios e certificados. Precisamos ter volumes e ofertas contantes sem oscilações nessa qualidade e esse processo deve estar associado à marcas ou identificações geográficas reconhecidas pelo consumidor. A integração da cadeia produtiva é fundamental nesse processo e novamente, existem vários exemplos de sucesso com escalas e abrangências bem diferentes. BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação? Fernando Flores Cardoso: Com a crescente integração com a agricultura e consequentemente um melhor nível alimentar, as inovações em genética serão o grande diferencial da pecuária. A genômica e a possibilidade de usar milhares de marcadores para definir o potencial genético, detectar presença de genes deletérios, determinar a susceptibilidade a doenças e parasitas e definir estratégias de tratamentos farmacológicos e de manejo, são as inovações que mais têm nos motivado e definido nosso foco de pesquisa. BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil? Fernando Flores Cardoso: União entre os diferentes elos da cadeia produtiva. Esse é o maior desafio e será o maior diferencial! FONTE: BeefPoint (adaptado pela equipe LapBov)
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