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03/07/2013
Ajudado pelo clima, Uruguai deve ter grande safra de bezerros, mas isso preocupa – entenda porque



O Uruguai se encaminha para receber três milhões de bezerros na próxima primavera, um recorde histórico que demonstra que se pode crescer mais na produção de carne bovina e aproveitar as oportunidades de mercado. O clima ajudou muito e voltou-se a demonstrar que a principal doença do rebanho de cria é a fome.

Diversos trabalhos científicos demonstram que não se pode deixar as vacas com fome se a meta é conseguir mais bezerros – existe uma estrita relação entre o estado corporal e a presença de cio -, mas produtores de algumas regiões do Uruguai parecem não ter conhecimento sobre isso, porque em suas fazendas, continuam ocorrendo resultados ruins e apenas 50% ou 60% de prenhez.

Pelos resultados das ecografias e palpações, os índices conseguidos a nível de país são muito superiores aos do ano passado, pelo menos de acordo com os veterinários consultados pelo El País, mas no Norte, apreciam-se resultados díspares entre as fazendas e, em alguns casos, mostram níveis inferiores aos do Sul.

Segundo o doutor Guillermo de Nava, houve grande variação de porcentagens entre as fazendas. No caso dele, a média geral entre os rebanhos está em torno de 82,6%. É uma média de quase 17.000 ventres em estabelecimentos de Salto, Tacuarembó e Paysandú. A média de prenhez nas novilhas foi de 90,6% (houve lugares onde se chegou a 100%) e a porcentagem mais baixa foi de 62%. Nas vacas de cria, chegou-se a 80,2%, com uma porcentagem de prenhez geral de 95,6% no extremo mais alto e 25,2% no pior dos casos.

Nava comenta que é um ano diferente e interessante para aprender. Um ano com melhor oferta de forragem que era difícil de imaginar. Além do teto que temos para produzir, se não se agrega manejo é difícil pensar em produzir mais bezerros.

O doutor Marcelo Teixeira, que trabalhou em rebanhos em Salto, Artigas, norte de Paysandú e Río Negro, disse que no sul se manejam médias de prenhez altíssimas, mas no norte, não é igual. Segundo ele, no caso dos rebanhos com serviços precoces, que são os de produtores que trabalham melhor e aplicam maior tecnologia – fazem os diagnósticos em março ou abril para saber como entrar melhor no inverno – veem-se gestações acima de 90% (há rebanhos com 97% de média), mas no outro extremo, observam-se rebanhos de vacas criando com 30% e 45%.

Porém, se houve um denominador comum para todas as zonas, sem dúvida, foi que a maioria dos produtores descansou, porque tinham muito pasto e não usaram tala nos bezerros – não fizeram desmame precoce ou desmame temporário – e isso complicou para procriar. Por outro lado, houve pecuaristas que aplicaram medidas de manejo e obtiveram resultados ótimos.

Embora em novilhas os resultados não foram tão bons como muitos produtores e veterinários esperavam, em geral, foram melhores que nos anos anteriores, com médias acima de 80% e em gado de cria se manejam índices entre 85% e 87%.

Além de conseguir maiores porcentagens porque o clima ajudou, serviram-se mais ventres. O veterinário Santiago Bordaberry comentou que as vacas, que em outros anos tinham por destino a invernada, em muitos casos se entouraram. Na região central onde trabalha, também são muito bons os resultados que estão vendo em ecografias e palpações, mas houve alguns estabelecimentos pontuais onde as vacas tiveram um excesso de produção de leite e os produtores que não aplicaram medidas de manejo sobre esses rebanhos tiveram porcentagens menores, mas em nenhum caso, foi ruim.

Na região central, pensou-se que a novilha seria problemática de emprenhar, porque chegaram à primavera meio magras No entanto, durante a primavera, houve mudança e se tivesse ocorrido algum problema de falta de cio, a pastagem, as chuvas e as ofertas forrageiras revolveram a questão.

Com o clima benéfico ao setor, os bezerros chegarão, mas há de se preparar, produzindo comida necessária e agilizando as ações para identificar e registrar com tempo uma porcentagem maior de animais. Nesse sentido, Pintos se pergunta se o Uruguai “está preparado” para os 3 milhões de bezerro, se existe a comida suficiente para capitalizar isso.

Ele se recorda que as medidas de manejo serão fundamentais, não somente para garantir os bezerros nascidos, mas sim, para o mais difícil: voltar a emprenhar suas mães. Há coisas para as quais já se deve preparar desde já.

Porém, não somente os produtores têm de estar preparados, mas também, o Sistema Nacional de Identificação Pecuária – responsável pela rastreabilidade obrigatória do rebanho bovino – deve se preparar para entregar os identificadores aos produtores que permitam identificar esses animais. Pintos afirmou que o Sistema também tem que ir pensando como entregará os identificadores, se tem identificadores suficientes e como facilitará a inscrição dessa quantidade de bezerros.

Fonte: Beefpoint


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