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09/08/2013
Brasil deve investir R$ 201 bi em infraestrutura para comportar produção


A pecuária brasileira corre atrás dos indicadores de produção que a colocarão como a principal atividade apta a suprir uma demanda crescente. É por essa exigência que os especialistas recomendam que os criadores de gado de corte façam mais do que a lição de casa, mas que se esforcem para ficar acima da média da produção de proteína bovina. “Estar na média é bom para o seu concorrente. Tem que estar acima da média porque quem está ali sai da atividade”, recomendou o consultor Luciano Roppa durante sua palestra na abertura da etapa de Campo Grande/MS do Circuito Feicorte 2013. Além de intensificar a agropecuária dentro da porteira, o Brasil deveria investir ao menos R$ 201 bilhões em infraestrutura e logística para comportar o incremento de produtividade na próxima década.

A apresentação do titular da Roppa Consulting detalhou o panorama mundial da produção de carne bovina, balizando as atividades pelas pressões de mercado. Entre elas, destaque para a concorrência com a produção de energia. “A produção de etanol de milho nos Estados Unidos mudou o mercado”, afirmou Roppa. 40% da produção total do cereal norte-americano (120 milhões de toneladas) deixaram de ser utilizados na alimentação animal para produzir biocombustível

É por questões como essa que o estoque de grãos do mundo cai a um nível alarmante. A média dos últimos 25 anos é a formação de um estoque em torno de 25% do nível de consumo. Mas a seca em importantes regiões produtoras e as novas destinações dos insumos diminuíram os estoques de grãos para 16% em 2012, o menor da história.

Como consequência, o custo de produção foi elevado para todas as cadeias produtivas. Desde 2000, produzir cerais ficou 189% mais caro. O produtor de leite desembolsa 110% a mais, enquanto os criadores observaram crescimento de 85% nos custos. O cenário forçou a saída dos agentes menos eficientes, concentrando a produção nas mãos dos mais capacitados. As indústrias também se concentraram para buscar eficiência e, a partir dos anos 2000, várias fusões ocorreram. Hoje, 37% dos abates estão nas mãos das três principais indústrias.

Quem também sentiu as mudanças dos custos foram os consumidores. O preço dos alimentos subiram 140% entre janeiro de 2000 e março de 2013. No entanto, a demanda segue aquecida, não só pela quantidade, como pela qualidade. Isso se explica pelo fato de que 40% da população mundial vive em países cuja economia cresce ao menos 7% por ano. Por isso a exigência quanto a sustentabilidade, qualidade, garantia de origem e segurança continuarão cada vez mais interferindo dentro da porteira. “Esse consumidor está afetando o sistema produtivo. Na Europa, desde janeiro de 2013, galinhas poedeiras não podem mais ficar presas em gaiolas. Devem ser criadas soltas. O mesmo acontece com as suínas que estão prenhes. Elas precisam estar soltas”, ilustrou Luciano Roppa

Para o produtor, o que será obrigatório dentro de sua fazenda é a aplicação de tecnologia com inteligência, a mensuração de seus indicadores (“Você só melhora aquilo que você mede”, cobra Roppa), a gestão de pessoas (“Representam de 2% a 5% do custo, mas 100% do sucesso”, revela o consultor) e a integração lavoura-pecuária como forme de diminuir os custos de produção de pastagens


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