Operadores do mercado interno do Uruguai avançam na concretização de importações de carne bovina do Brasil. A forte desvalorização do Real nos últimos 10 dias e a ampla diferença de preços entre a cotação do gado para abate no Uruguai e do brasileiro, expresso em dólares americanos, tem permitido a realização dos primeiros contatos para importar a mercadoria.

Isso especialmente considerando as expectativas de que a produção de carne até meados de setembro será ainda mais baixa que o que vem sendo desde julho. Há plantas de abate que estarão fechadas por alguma semanas entre o fim de agosto e a primeira quinzena de setembro, o que pode gerar ainda uma falta adicional de mercadoria para abastecimento.

Uma fonte do setor comentou com Tardáguila Agromercados que os contatos já estão sendo realizados e que nos próximos dias poderão estar entrando no país os primeiros caminhões. A princípio, chegariam alguns cortes traseiros, como coxão duro e patinho. Um operador comentou que o coxão duro chegaria a Montevidéu a uns US$ 4.300 a tonelada, comparado com US$ 5.000 por tonelada, que é o preço da produção local.

Até agora nesse ano, o Uruguai importou somente dois lotes de carne bovina brasileira, um em abril e outro em julho, com um total de 48 toneladas.

O pico máximo de importações ocorreu em 2005, quando entraram no país quase 5.000 toneladas. A diferença de preços entre o novilho no Uruguai e o do Rio Grande do Sul nos meses após a safra desse ano foi de 36%, com uma cotação no Uruguai de US$ 1,71 o quilo carcaça entre julho e setembro e de US$ 1,26 nos mesmos meses no Rio Grande do Sul.

Atualmente, a diferença entre ambos é de 22%, com um novilho no Uruguai a US$ 3,50 e no Rio Grande do Sul a US$ 2,88 por quilo carcaça.

FONTE: BeefPoint