Mesmo com a restrição da Rússia à carne bovina paranaense, o Estado registrou de janeiro a agosto deste ano um incremento de 73,6% em quantidade e 73% em faturamento nas suas exportações em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, o Paraná exportou nos seis primeiros meses de 2013 em torno de 14 milhões de toneladas de carne (US$ 49 milhões), contra 8,5 milhões de toneladas (US$ 28 milhões) em relação ao mesmo período do ano passado.

Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado do Paraná (Sindicarne), explica que apesar do Estado ter perdido o mercado russo, a busca por novos mercados não parou nos últimos anos, garantindo o bom resultado. Hoje o Paraná exporta a maior parte da sua carne para África, Ásia e Oriente Médio. Ao todo, os produtos exportados pelo Porto de Paranaguá são destinados para cerca de 30 países.

"Além de procurar novos mercados, estamos dialogando com o mercado russo para reverter o embargo", completa. Recentemente uma comitiva paranaense foi à Russia para dialogar sobre o problema. O acordo firmado entre as autoridades dos dois países foi a realização de uma auditoria nas plantas exportadoras do Brasil. Segundo Salazar, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) já mandou ao governo local a relação das plantas paranaenses aptas a exportar. Atualmente três frigoríficos do Estado têm a permissão de comercializar carne para o exterior.

Para as exportações do Estado crescerem, Salazar enfatiza que o Paraná precisa aumentar o seu plantel, estimado em 6,5 milhões de cabeças de gado voltadas para corte. "É preciso um programa arrojado para aumentar o embarque de carne bovina ao exterior", destaca o presidente do Sindicarne. Salazar, que também é presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), revela que esteve recentemente na China para prospectar novos negócios, na busca de incrementar as exportações de carne bovina.

Balanço
Fábio Mezzadri, veterinário do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), lembra que a queda nas exportações se acentuou em 2011, quando a Rússia decidiu não comprar a carne paranaense por motivos sanitários. Hoje o Paraná é o décimo estado exportador de carne bovina. Porém, o especialista do Deral acrescenta que a prioridade dos frigoríficos paranaenses ainda continua sendo o mercado interno.

No Brasil, de acordo com o último levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), as exportações brasileiras entre janeiro e setembro de 2013 somaram 1,085 milhão de toneladas, 19,4% a mais se comparado ao mesmo período do ano passado. Em receita, o País arrecadou nos primeiros nove meses do ano US$ 4,8 bilhões, uma alta de 13% em relação ao mesmo período de 2012.

Hong Kong liderou as importações de carne bovina no período com 268,2 mil toneladas, crescimento de 71,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo representantes da entidade, as indústrias brasileiras esperam superar a marca de US$ 6 milhões em faturamento e 1,5 milhão de toneladas exportadas até o final do ano.

FONTE: Agrolink