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04/11/2013
Tyson Foods, nos EUA, interrompe compra de gado gordo para abate do Canadá


A decisão tomada pela Tyson Foods Inc de interromper as compras de bovinos canadenses prontos para o abate deverá acelerar o movimento de boi magro canadense aos confinamentos dos Estados Unidos, segundo fontes da indústria, prejudicando assim o já frágil setor de carne bovina do Canadá.

Segundo o porta-voz da Tyson, o maior processador de carnes dos Estados Unidos parou de comprar bovinos prontos para o abate do Canadá desde meados de outubro, devido aos maiores custos associados com a rotulagem obrigatória do país de origem (COOL). Entretanto, a Tyson continuará comprando bovinos canadenses para engorda, os quais serão terminados em confinamentos dos Estados Unidos.

Assim, como resultado, as exportações de bovinos canadenses destinados à engorda, aos Estados Unidos, deverão acelerar. Enquanto que os envios de animais prontos para o abate do Canadá deverão cair, disse o analista sênior do CanFax, Brian Perillat, que é analista de mercado da divisão da Associação Canadense de Pecuaristas.

A decisão da Tyson destaca o estresse sobre a indústria pecuária canadense e frigorífica dos Estados Unidos relacionado ao COOL, que se trata de um grupo de leis dos Estados Unidos com a intenção de dar aos consumidores mais informações sobre de onde vêm seus alimentos.

O Canadá e o México estão contestando a COOL ante à Organização Mundial de Comércio (OMC) alegando que se trata de uma barreira comercial dos Estados Unidos. Eles venceram em um processo anterior na OMC contra o COOL, que levou à revisão das regulamentações emitidas em maio e que agora estão sob disputa.

Os pecuaristas canadenses foram bastante afetados na última década por uma variedade de fatores, incluindo o COOL, altos preços dos grãos para alimentação animal e encefalopatia espongiforme bovina (EEB), em 2003. O rebanho bovino canadense era de 13,54 milhões de cabeças em 1º de julho de 2013, um pouco maior do que em 2012, mas 20% menor que seu pico em 2005, de acordo com o Statistics Canada.

Para os confinamentos canadenses, que engordam bovinos para o abate, a medida da Tyson é um golpe duplo. Eles perdem um grande comprador de seus animais terminados e também enfrentam uma nova competição dos confinamentos dos Estados Unidos para comprar boi magro canadense e engordá-los para vender à Tyson.

“Certamente, isso impactará na capacidade dos confinamentos, o que eles podem pagar por meus novilhos”, disse o criador de bovinos de Pine Lake, em Alberta, Doug Sawyer.

A exportação de mais bovinos para engorda prejudica toda a indústria pecuária do Canadá, incluindo criadores, confinadores e produtores que vendem grãos para engordar os animais, disse ele. “Há muita coisa negativa quando estamos exportando bovinos para engorda versus animais terminados”.

Os confinamentos canadenses já ganham menos por animal terminado do que os confinamentos dos Estados Unidos, pois o rebanho do oeste do Canadá excede a capacidade de abate da região, e alguns animais são enviados ao sul, disse o gerente de operações do Strangmuir Farms, um confinamento de 24.000 cabeças próximo a Strathmore, Alberta, Brent Chaffee. “Essa diferença de preços pode agora aumentar com a Tyson não mais  comprando”, disse ele.

“A demanda por bovinos para engorda do Canadá por confinamentos do país poderá cair levemente, enquanto a demanda por confinamentos dos Estados Unidos por animais canadenses para engorda pode aumentar levemente”, disse o diretor do Centro de Informações Comerciais Pecuárias em Denver, Colorado.

Até o final do verão, os confinamentos esperam ter outro mercado para seus animais terminados, quando uma nova planta de abate abrirá em Balzac, Alberta, oferecendo parte da perda da Tyson.

O movimento dos engordadores canadenses do sul já está em pleno andamento, graças à mudança nos custos dos alimentos animais.

O Canadá exportou cerca de 225.000 cabeças de bovinos para engorda, que pesam cerca de 454 quilos, aos Estados Unidos em 2013, até 12 de outubro, dobrando o ritmo com relação ao ano anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

As vendas de novilhos e novilhas com peso para abate caíram modestamente, para 286.000 cabeças.

Segundo Perillat, o maior movimento de bovinos canadenses para engorda aos Estados Unidos no começo do ano refletiu o preço mais barato desde 2012 do milho, usado para engordar animais nos Estados Unidos, versus a cevada, usada no Canadá.

Os preços futuros dos bois, em uma base contínua mensal à vista no Chicago Mercantile Exchange (CME), na última semana, aumentaram para seu maior valor, de 134,9 centavos por libra (297,41 centavos por quilo). O aumento foi direcionado em parte pelo rebanho dos Estados Unidos estar em seu menor nível em 61 anos. Em 11 de outubro, os futuros do boi para engorda no CME alcançaram o pico de 168,475 centavos por libra (371,43 por quilo).

Vale lembrar que as secas nos Estados Unidos prejudicaram as colheitas, o que no último verão aumentou os custos dos alimentos. Assim, esses maiores custos forçaram os produtores a reduzir seus rebanhos, resultando em menos animais para confinamentos.

Fonte: BeefPoint


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