O velho Brasil de sempre: exportação para EUA é boa notícia, mas descuida da sanidade
A notícia tem a ver com o descaso de Mato Grosso, que tem o maior plantel bovino do país, com as questões sanitárias. Os produtores chegaram a apresentar um relatório ao procurador-geral de Justiça informando sobre deficiências graves enfrentadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, órgão estadual responsável pela vigilância sanitária e pela proteção da saúde do rebanho no Estado, que está sucateado, segundo eles. Pois bem, a grande notícia de hoje, sexta-feira, é que, em 2014, é quase certo os EUA voltarem a comprar carne do Brasil. Ontem, os governos dos dois países divulgaram uma medida técnica que é considerada o último passo antes da abertura do suculento mercado norte-americano. Tudo indica que os embarques terão início já no primeiro semestre do ano que vem. Produtores e exportadores estão eufóricos. Antonio Camardelli, da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), disse à Folha de S. Paulo que considera espetacular o embarque de carne para os EUA. Ele tem toda a razão: o país de Obama é o maior consumidor mundial de carne e, por ser muito exigente quanto às questões sanitárias, abre novas portas como as do Canadá e de outros países do Nafta. Aliás são justamente os focos da febre aftosa - que os produtores de Mato Grosso, cobertos de razão, temem se o descaso do governo daquele estado continuar - do passado que levam os EUA a comprarem somente carne industrializada do Brasil, rejeitando a "in natura". Em síntese, é o velho Brasil em marcha. Abre o mercado dos EUA, deve faturar US$ 8 bilhões com as exportações de carne bovina em 2014, e convive ainda com o perigo do retorno de doenças medievais que os países adiantados, como os EUA, aboliram há pelo menos um século. Fonte: Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe LAPBOV.
|