Os consumidores de hoje vêm adquirindo um estilo de vida cada vez mais frenético e movimentado, o que evidencia as dificuldades que enfrentam na hora de preparar refeições partindo do zero. Ao invés disso, passaram a aderir à comodidade que os alimentos à base de carne prontos para o consumo (RTE = Ready-to-Eat Meals) oferecem, como, por exemplo, cachorros-quentes, linguiças e almôndegas. Segundo especialistas desse setor, o total de produtos pré-cozidos disponível em supermercados e aqueles postos à venda nas prateleiras de outros tipos de estabelecimento alimentício cresce vertiginosamente. Na verdade, de acordo com um artigo do aclamado site do setor, Packaged Facts,“Prepared Foods and Ready-to-Eat Foods at Retail: 2ndEdition” (Tradução livre: “Refeições prontas e alimentos pré-preparados para o consumo no varejo: 2ª edição”), adultos, caracteristicamente, compram refeições pré-assadas em pelo menos 20% das vezes em que vão aos principais varejistas, fazendo com que as vendas desses produtos, nos EUA, superassem os 30 bilhões de dólares em 2012 – montante que representa quase 10% dos lucros do ano anterior.
Além dos lançamentos mais recentes de uma imensa gama de produtos práticos desse nicho, a popularidade ascendente das RTE (Ready-To-Eat Meals = Refeições Prontas Para o Consumo) tem norteado o desenvolvimento tecnológico da área de embalo de bebidas e alimentos. O vultoso aumento de Refeições Prontas Para o Consumo nas gôndolas de estabelecimentos que vendem comida fez, também, com que a preocupação dos consumidores acerca da segurança dos alimentos aumentasse no que se refere à propagação de doenças relacionadas a patógenos alimentares, tais como as causadas pela bactéria Listeriamonocytogenes. De acordo com o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS – Food Safety and Inspection Service) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA – United States Department of Agriculture), em 2012 houve o recall de mais de 136.79 toneladas de Refeições Prontas Para o Consumo devido à presença da bactéria mencionada. Entretanto, inovações recentes no embalo desses tipos de refeições rápidas apresentam propriedades intensificadas de desempenho que oferecem um grau maior de praticidade, consistência do produto, extensão da vida útil do alimento e controles rigorosos referentes à segurança alimentar.
Tecnologia de ponta em películas refratárias
Não causa espanto algum o fato de que o principal fascínio dos produtos alimentícios Prontos para o Consumo seja a comodidade. São fáceis de preparar e servir, além do fato de que praticamente não há necessidade de lavar louça. Entretanto, embora o preparo de refeições prontas pareça relativamente mais prático, o processo de embalo não tem nada de simples. A película refratária é um material avançado em que se aplica um complexo sistema polimérico de alto desempenho criado para atender algumas necessidades essenciais, tais como:
Extrema Durabilidade
As películas refratárias devem ser duráveis a fim de suportar temperaturas extremas de frio e calor e resistir a rasgos e perfurações durante o transporte, armazenamento e manuseio no mercado. Ademais, devem suportar esfoladuras causadas pelo próprio produto a ser congelado. Uma vez que sua finalidade é embalar alimentos para forno e microondas caseiros, devem suportar temperaturas extremamente altas - acima de 200°C  - por longos períodos, o que exige um material polímero de qualidade e alto ponto de fusão.
Quanto às baixas temperaturas, essas películas devem suportar tanto o armazenamento em galpões frigoríficos quanto em congeladores domésticos. A embalagem das RTE tem que ser à prova de rachaduras. Sua integridade e finalidade devem ser mantidas em baixas temperaturas a fim de proteger o produto contra fatores que possam afetar negativamente seu gosto.
De olho na qualidade
Uma das vantagens dos materiais polímeros de ponta é oferecer uma embalagem transparente e dar ao cliente uma visão nítida do produto embalado, uma poderosa ferramenta na tomada de decisão na hora da compra. Contudo, produtos alimentícios perecíveis são geralmente estocados em congeladores ou câmaras refrigeradas. Uma mudança drástica de temperatura pode fazer com que a embalagem transpire, o que dificulta a visualização do produto embalado. Algumas películas refratárias possuem agentes antitranspirantes para oferecer visualização nítida do produto em câmaras refrigeradas, tranquilizando os clientes e atuando como indicador imediato de que o produto está fresco.
 Segurança Alimentícia Acima de Tudo
 As películas refratárias devem estar dentro dos padrões da Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) quanto às substâncias de contato com a embalagem e o alimento. Os componentes usados nas embalagens para alimentos devem constar da lista GRAS (generally recognized as safe = geralmente reconhecidos como seguros) ou ser um material individualmente aprovado pela FDA, e ambos devem estar de acordo com as condições de uso. Essas condições obedecem a vários fatores, entre eles a natureza do produto em si que pode afetar a embalagem (conteúdo gorduroso ou ácido), o tipo de armazenamento refrigerado e as condições de preparo em altas temperaturas.
Por ser capaz de suportar temperaturas de mais de 200°C, as películas refratárias garantem o preparo adequado do produto em alta temperatura e eliminam eventuais problemas de segurança com os alimentos.
Proteção da Marca
As películas refratárias têm mais uma função: proteger a integridade da marca do produto. Com o auxílio de instruções fáceis de seguir impressas na parte externa da embalagem, as películas mantêm o alimento fresco e umedecido durante o re-aquecimento, além de permitir que as RTE cozinhem por igual e dentro das especificações de qualidade, tendo o sabor e a consistência preservados. Assim, o cliente já sabe qual sabor esperar cada vez que consumir sua marca de confiança.
Alternativas de embalagem avançada
A película refratária é apenas um dos tipos de material de ponta. Os avanços em segurança de alimentos resultaram em embalagens práticas e inteligentes, com proteção antimicrobiana e redução dos níveis de umidade e oxigênio. Níveis muito altos de umidade podem criar condições favoráveis para o surgimento de bactérias, e para isso, sachês de produtos dessecante vêm sendo utilizados há anos para controlar a umidade e o oxigênio na embalagem. Entretanto, materiais mais avançados atualmente em desenvolvimento já integram o dessecante ao próprio polímero, o que resulta em uma embalagem capaz de deter sozinha a proliferação de bactérias.
Outra tendência recente no ramo de embalagens para alimentos é a película antioxidante que contém extratos de plantas; óleos naturalmente antimicrobianos extraídos de especiarias e ervas tais como canela, orégano, semente de mostarda e tomilho. Ao serem incorporados à película, esses óleos oferecem proteção eficaz contra vários tipos de bactéria, sem perigo de absorção pelos o alimento embalado.
Nessa mesma linha de materiais com base naturais, alguns extratos antimicrobianos usados em combinação com certas proteínas e gorduras estão sendo testados no desenvolvimento de embalagens comestíveis para as RTE, que prometem inibir o surgimento de bactérias sem o risco de causar problemas de má ingestão.

Fonte: Carnetec